Cruz Vermelha ficou às portas de Mariupol durante a semana passada
A Cruz Vermelha tentou sem sucesso entrar, durante a semana passada, na cidade de Mariupol, alvo de intensos bombardeamentos russos, afirmou hoje o chefe da delegação ucraniana da organização.
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Mundo Rússia/Ucrânia
"A nossa equipa tentou durante cinco dias entrar em Mariupol", afirmou Pascal Hundt à televisão britânica Sky News, acrescentando que "as garantias de segurança não eram boas" e que os socorristas tiveram de voltar para trás a cerca de 20 quilómetros da cidade do sudeste do país.
Hundt indicou que é "um trajeto difícil porque se tem que atravessar a primeira linha da frente, atravessar muitos controlos e, por vezes, os soldados não estão informados" da passagem da Cruz Vermelha.
O responsável pela missão na Ucrânia do Comité Internacional da Cruz Vermelha salientou que os civis na zona sul de Mariupol continuam sem comida, água ou aquecimento: "é realmente um inferno".
Hundt assinalou ainda que o ataque de sexta-feira que matou pelo menos 50 pessoas na estação ferroviária de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, fez com que muitos ucranianos tenham desistido de sair das áreas onde estão por comboio, optando por ir de automóvel.
"Falamos com pessoas que estão totalmente desesperadas, sem comida, sem eletricidade, sem água, sem aquecimento, que têm que ir para a rua acender uma fogueira para cozinhar e vivem em condições horríveis", apontou Pascal Hundt.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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