"Hoje será, provavelmente, a batalha final porque as nossas munições estão a esgotar-se", escreveu na rede social Facebook a 36.ª brigada da Marinha Nacional, que integra as Forças Armadas ucranianas, citada pela agência France-Presse (AFP).
"Será a morte para alguns de nós e o cativeiro para outros", acrescentou a brigada na mesma publicação.
Na declaração, os militares pediram "aos ucranianos" para que se lembrem deles "com uma palavra amável".
"Há mais de um mês que lutamos sem munições, sem comida, sem água", fazendo "o possível e o impossível", referiu a unidade.
A declaração acrescenta que cerca de "metade" dos membros da brigada estão feridos.
Ao longo de 40 dias, os militares dizem ter sido "empurrados gradualmente" pelo inimigo, que os cercou "e tenta agora" destruí-los.
A brigada queixou-se da falta de ajuda do comando do Exército e do Presidente, Volodymyr Zelensky.
"Só uma vez recebemos 50 cartuchos, 20 minas, mísseis antitanque NLAW", lamentaram na publicação.
A brigada disse que houve ainda "promessas que não foram cumpridas".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.793 civis, incluindo 176 crianças, e feriu 2.439, entre os quais 336 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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