Denis Pushilin, líder da região separatista de Donetsk, anunciou esta segunda-feira que as suas forças tomaram o controlo do porto de Mariupol, cidade sitiada pelo exército russo há mais de um mês.
"Em relação ao porto de Mariupol, já está sob o nosso controlo", disse o responsável, citado pela agência de notícias russa RIA.
Por sua vez, o representante do exército separatista, Edouard Bassourin, adiantou que os últimos militares ucranianos estavam concentrados nas fábricas de Azovstal e Azovmach. Esta manhã, Basurine tinha afirmado que 80% da zona portuária tinha sido conquistada.
Além disso, Pushilin revelou que suas forças irão intensificar a luta no leste da Ucrânia, seguindo a mesma linha do discurso de Moscovo.
"Agora a operação vai ser intensificada. Quanto mais adiamos, mais a população civil sofre, sendo mantida refém da situação. Identificámos áreas onde certas medidas precisam de ser aceleradas", considerou.
Recorde-se que as forças das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, participam ativamente na ofensiva do Kremlin, desencadeada a 24 de fevereiro. O exército russo e os separatistas do Donetsk cercavam há mais de um mês a região de Mariupol, nas margens do mar de Azov, onde se depararam com uma grande resistência, apesar dos contínuos bombardeamentos.
Segundo o líder de Donetsk, milhares de soldados ucranianos ainda combatem no complexo fabril de Azovstal.
O número referido nos nossos relatórios refere-se entre 1.500 e três mil pessoas", disse.
Previamente, uma brigada das Forças Armadas ucranianas disse que se preparava para uma "batalha final" em Mariupol.
"Hoje será, provavelmente, a batalha final porque as nossas munições estão a esgotar-se", escreveu na rede social Facebook a 36.ª brigada da Marinha Nacional, que integra as Forças Armadas ucranianas, citada pela agência France-Presse (AFP).
"Será a morte para alguns de nós e o cativeiro para outros", acrescentou a brigada, pedindo ainda "aos ucranianos" para que se lembrem deles "com uma palavra amável".
"Há mais de um mês que lutamos sem munições, sem comida, sem água", fazendo "o possível e o impossível", referiu a unidade, que disse ainda que cerca de "metade" dos membros da brigada estão feridos.
A brigada queixou-se ainda da falta de ajuda do comando do exército e do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Só uma vez recebemos 50 cartuchos, 20 minas, mísseis antitanque NLAW", lamentaram na publicação.
A ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a morte de pelo menos 1.793 civis, incluindo 176 crianças, e feriu 2.439, entre os quais 336 menores, segundo os dados mais recentes Organização das Nações Unidas (ONU).
O conflito levou também à fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos, e a um número indeterminado de baixas militares.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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