"Apoiaremos ambos financeiramente e com a nossa equipa no terreno", anunciou o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, em conferência de imprensa após a reunião dos chefes de diplomacia dos 27.
Os ministros, reunidos no Luxemburgo, encontraram-se hoje de manhã com o procurador do TPI, Karim Khan, que abriu as investigações sobre os acontecimentos na Ucrânia em 03 de março, poucos dias após o início da invasão russa.
A União Europeia tinha já anunciado na semana passada a atribuição de 7,5 milhões de euros para a formação de procuradores ucranianos para a investigação de possíveis crimes de guerra, e vários países, incluindo Alemanha, França, Suécia e Países Baixos, também disponibilizaram ajuda financeira ao TPI.
Borrel deixou ainda claro que os 27, que voltaram a discutir a política de sanções contra a Rússia, não excluem ampliá-las à compra de gás e de petróleo, embora não tenha havido um acordo hoje nesse sentido.
O Conselho europeu aprovou na sexta-feira um quinto pacote de sanções a Moscovo, que visou pela primeira vez o sensível setor energético, com um embargo às importações de carvão, a partir de agosto próximo.
No entanto, são sobretudo as receitas das exportações de gás e petróleo da Rússia para a UE que mais ajudam Moscovo a financiar a sua máquina de guerra -- como o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem apontado incessantemente -, razão pela qual a Comissão Europeia já começou a trabalhar nesta área, centrando-se no petróleo, dado vários Estados-membros não poderem prescindir do gás russo nesta fase.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou pelo menos 1.793 civis, incluindo 176 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Leia Também: Borrell acusa Rússia de provocar a fome no mundo e sobretudo em África