Ucrânia. Macron disposto a voltar a Kyiv "se for útil"

O Presidente da República francês, Emmanuel Macron, declarou hoje que não exclui fazer uma nova visita a Kyiv, mas só o fará se a sua presença puder ser útil, e não para tirar fotografias.

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Lusa
11/04/2022 22:34 ‧ 11/04/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"Estou disposto a tudo, a ir a Kyiv ou a outra cidade ucraniana, mas não o farei para fazer uma visita formal, só se essa visita puder desencadear um processo novo. Quero que seja útil", disse numa entrevista à estação BFM TV.

Macron esteve na capital ucraniana e em Moscovo no início de fevereiro e reuniu-se com os Presidentes ucraniano, Volodymyr Zelensky, e russo, Vladimir Putin, antes de a Rússia iniciar a invasão da Ucrânia, no dia 24 desse mês.

"Fi-lo para tentar impedir a guerra. E depois, não deixei de telefonar ao Presidente Zelensky e a Putin. De todas as vezes, a pedido de Zelensky", acrescentou Macron, que no domingo se apurou para a segunda volta das eleições presidenciais em França, juntamente com a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen.

O chefe de Estado francês sugeriu que, no caso de se conseguir retomar o diálogo entre os líderes da Ucrânia e da Rússia, uma visita ao terreno "talvez seja útil".

"O que os meus compatriotas esperam de mim é que faça tudo o que puder para proteger os franceses de um alastramento da guerra, que sancionemos a Rússia, que estejamos com os ucranianos e façamos tudo para evitar uma escalada do conflito", sublinhou.

A guerra na Ucrânia marcou a campanha eleitoral e continua a protagonizar o debate antes da segunda volta das presidenciais francesas, agendadas para 24 de abril.

Segundo os resultados provisórios hoje divulgados pelo Ministério do Interior francês no seu portal da internet, com 100% dos votos já escrutinados, Macron obteve no domingo 27,84% dos votos, ao passo que Le Pen somou 23,15%.

"O meu projeto [para França] ficou à frente, o que nem sempre acontece no caso de um Presidente cessante", sustentou Emmanuel Macron, agradecendo ter tido mais apoios desta vez que na primeira volta das eleições de 2017, mas afirmando ter consciência de que o país está fraturado.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,5 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 47.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a organização confirmou hoje pelo menos 1.842 mortos, incluindo 148 crianças, e 2.493 feridos entre a população civil.

Leia Também: Visita surpresa terminou nas ruas. Boris Johnson deixou 'desejo' em Kyiv

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