"Nas áreas libertadas da ocupação, o registo e a investigação de crimes de guerra cometidos pela Rússia continuam. Quase todos os dias são encontradas novas valas comuns", disse Zelensky, dirigindo-se ao parlamento lituano através de vídeo.
"Milhares e milhares de vítimas. Centenas de casos de tortura. Continuamos a encontrar corpos em canalizações e em caves", acrescentou.
"Foram registadas centenas de casos de violações, incluindo de meninas e crianças menores de idade. Até de um bebé! Só falar sobre isso é assustador", lamentou o Presidente ucraniano.
Segundo afirmou, sem entrar em detalhes, um vídeo alegadamente enviado por um paraquedista ou membro dos serviços especiais russos, que já terá sido identificado, "mostra o que está a fazer com o bebé e como o está a torturar".
O Presidente lituano, Gitanas Nauseda, reagiu emocionalmente ao relato de Zelensky sobre o bebé violado, referindo que "é simplesmente impossível imaginar horror maior".
Zelensky também lamentou que "alguns países da União Europeia ainda não tenham tido a coragem de decidir se vão restringir as importações russas de hidrocarbonetos", apesar dos "assassinatos em massa em Bucha, das deportações de populações" e da "destruição premeditada de cidades pacíficas por mísseis e bombas russos".
Várias organizações humanitárias têm denunciado que os russos estão a violar pessoas como "arma de guerra", alegações que vários órgãos de imprensa têm vindo a relatar com histórias e testemunhos de vítimas.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou pelo menos 1.842 civis, incluindo 148 crianças, e feriu 2.493, entre os quais 233 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de quase 12 milhões de pessoas, das quais 4,6 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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