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Visita a Kyiv? Presidente alemão diz que "não era pretendido" na Ucrânia

O presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse, esta terça-feira, que não imagina "um regresso ao normal" com uma Rússia governada por Vladimir Putin, no decurso de uma visita oficial a Varsóvia.

Visita a Kyiv? Presidente alemão  diz que "não era pretendido" na Ucrânia
Notícias ao Minuto

17:40 - 12/04/22 por Lusa

Mundo Rússia/Ucrânia

"Não pode haver um regresso ao normal com a Rússia de Putin", considerou o chefe de Estado alemão, que também aludiu à necessidade de aceitar o preço que esta guerra se arrisca a provocar aos países democráticos.

"Esta guerra exigirá o nosso apoio, a nossa capacidade de nos defendermos, a nossa disposição em suportar os custos ainda durante muito tempo", considerou.

Steinmeier também denunciou "os crimes de guerra russos" cometidos na Ucrânia.

"Esses crimes devem ser documentados e esclarecidos. Os autores, os politicamente responsáveis, devem responder", insistiu durante uma conferência de imprensa conjunta com o chefe de Estado polaco, Andrzej Duda.

"Esta barbárie a que assistimos diariamente, esta barbárie tem de terminar", frisou, antes de apelar a Moscovo que permita uma retirada humanitária dos habitantes da cidade ucraniana de Mariupol, no sudeste do país, e que permanece totalmente cercada pelas forças russas.

Visita a Kyiv? Ucrânia diz que não é bem-vindo

Nas suas declarações, o Presidente alemão também referiu que o seu homólogo polaco sugeriu que viajassem em conjunto à Ucrânia com outros líderes para manifestar apoio ao país na sequência da invasão militar russa de 24 de fevereiro, mas "aparentemente não era pretendido em Kyiv".

Os comentários de Frank-Walter Steinmeier surgiram após o diário alemão Bild ter citado um diplomata ucraniano não identificado, referindo que, de momento, não era bem-vindo a Kyiv por ter mantido no passado relações próximas com a Rússia.

Steinmeier disse que Andrzej Duda sugeriu que viajassem em conjunto em direção à capital ucraniana com os Presidentes da Lituânia, Letónia e Estónia para enviar "um forte sinal de solidariedade europeia conjunta com a Ucrânia" e disse estar preparado para a efetuar.

Na semana passada, Steinmeier admitiu erros na política face à Rússia no decurso das suas anteriores funções de ministro dos Negócios Estrangeiros.

Steinmeier ocupou por duas vezes a pasta da diplomacia no decurso dos mandatos da ex-chanceler Angela Merkel, mais recentemente entre 2013 e 2017, e antes foi o chefe de gabinete do ex-chanceler Gerhard Schroeder. Nesse período, a Alemanha prosseguiu um intenso diálogo com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e promoveu fortes relações na área da energia.

Ainda no decurso da conferência de imprensa conjunta com o homólogo alemão, o chefe de Estado polaco, Andrzej Duda, pediu aos parceiros europeus "fundos especiais" para a Polónia devido ao acolhimento de refugiados vindos da Ucrânia.

Duda pediu o "estabelecimento de fundos especiais no interior da União Europeia que ajudem a resolver financeiramente muitos problemas", numa referência ao custo económico da chegada de mais de dois milhões de refugiados provenientes da Ucrânia.

"As aulas de língua, o apoio médico, os cursos de formação e a educação das crianças ucranianas" foram mencionados por Duda como "questões financeiras" no "contexto" da ajuda aos refugiados.

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou pelo menos 1.842 civis, incluindo 148 crianças, e feriu 2.493, entre os quais 233 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de quase 12 milhões de pessoas, das quais 4,6 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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