OIAC preocupada com alegações de uso de armas químicas em Mariupol
A Organização para a Interdição de Armas Químicas (OIAC) declarou-se hoje preocupada com alegações de utilização de armas químicas pelo exército russo na cidade ucraniana de Mariupol, palco de violentos combates.
© Getty Images
Mundo Ucrânia
"O secretariado [da OIAC] está preocupado com as recentes informações não-confirmadas sobre a utilização de armas químicas em Mariupol, divulgadas pela comunicação social nas últimas 24 horas", disse em comunicado a organização com sede em Haia.
Essas alegações surgiram "na sequência de informações divulgadas na imprensa no decurso das últimas semanas sobre bombardeamentos visando fábricas químicas situadas na Ucrânia, bem como acusações feitas pelas duas partes [em conflito] sobre uma possível utilização abusiva de produtos químicos tóxicos", prosseguiu a OIAC, acrescentando que está a acompanhar "de perto a situação na Ucrânia".
"Os 193 Estados-membros da OIAC, entre os quais a Federação da Rússia e a Ucrânia, são partes da Convenção sobre as Armas Químicas, um tratado internacional de grande importância em matéria de desarmamento que está em vigor desde 1997", precisou a organização.
Os Estados Unidos anunciaram hoje ter "informações credíveis" sobre a possibilidade de a Rússia fazer uso de "agentes químicos" na sua ofensiva para tomar Mariupol, uma cidade portuária estratégica sitiada há mais de um mês pelas suas tropas.
O Reino Unido já tinha anunciado na segunda-feira que estava a tentar confirmar essas informações, segundo a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,6 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e "desmilitarizar" a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 48.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a ONU confirmou hoje pelo menos 1.892 mortos, incluindo 153 crianças, e 2.558 feridos entre a população civil.
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