Depois de o Ministério da Defesa da Rússia ter anunciado que 1.026 militares da Ucrânia se renderam às forças russas em Mariupol, cidade cercada há semanas, o porta-voz do Ministério da Defesa ucraniano, Oleksandr Motuzyanyk, disse não ter quaisquer informações sobre isso, reporta a Reuters.
Também Oleksiy Arestovych, conselheiro da presidência ucraniana, revelou que os fuzileiros conseguiram ligar-se ao batalhão Azov – unidade militar com laços à extrema-direita – e que a cidade mantém-se de pé.
“Os defensores da cidade, agora juntos, reforçaram-se seriamente”, garantiu o responsável, adiantando que “o exército sabe o que está a fazer”.
“O sistema de defesa da cidade aumentou e fortaleceu”, complementou.
Esta quarta-feira, o Ministério da Defesa russo anunciou que “na cidade de Mariupol, na área da metalúrgica Ilyich (...), 1.026 militares ucranianos da 36.ª brigada de infantaria da Marinha depuseram voluntariamente as armas e renderam-se”. A mesma fonte indicou, em comunicado, que 150 militares ficaram feridos e foram tratados no hospital local.
A 36.ª brigada da Marinha Nacional ucraniana disse, no dia 11 de abril, estar a preparar-se para uma "batalha final" no porto no sudeste de Mariupol, uma vez que as suas munições estavam a esgotar-se.
"Há mais de um mês que lutamos sem munições, sem comida, sem água", fazendo "o possível e o impossível", asseguraram, numa emotiva publicação na rede social Facebook.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já matou quase dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
O conflito causou também a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,5 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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