A inteligência britânica comunicou esta quinta-feira que a defesa ucraniana na cidade de Mariupol está a complicar as contas russas, obrigando a uma maior mobilização de tropas para a cidade portuária e enfraquecendo o esforço de guerra russo noutras regiões.
Na atualização diária do ministério da Defesa do Reino Unido, publicada no Twitter, os britânicos afirmam que o discurso de Putin de terça-feira - em que o presidente russo garantiu que serão atingidos os "nobres objetivos" da invasão - leva a inteligência a prever uma renovada ofensiva no Donbass.
Depois de, na semana passada, os meios de comunicação internacionais terem noticiada uma mudança na liderança militar russa, os britânicos apontam agora que "a combinação de ataques de artilharia e de mísseis generalizados, e os esforços para concentrar forças para uma ofensiva, representa uma reversão da doutrina militar tradicional russa".
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine - 14 April 2022
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) April 14, 2022
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"No entanto, isto requer um número significativo de forças. A contínua defesa de Mariupol pela Ucrânia está a reter números significativos de tropas e equipamento russos", acrescentaram os britânicos.
O Reino Unido destaca também que os "centros urbanos enfrentam ataques indiscriminados repetidos pela Rússia", destacando que as cidades de Kramatorsk e Kostiantynivka, no Donbass, são "alvos prováveis russos para níveis semelhantes de violência".
Os ucranianos continuam a não ceder a cidade de Mariupol, apesar do cerco na cidade ter criado uma crise humanitária destrutiva. As autoridades de Kyiv falam em dezenas de milhares de mortos na cidade portuária, um importante bastião no mar Negro e cuja tomada permitiria aos russos ligar a Crimeia ao território russo por terra.
A guerra na Ucrânia já fez mais de 1.900 mortos, segundo dados da Organização das Nações Unidas, mas a organização alerta que o número real de mortos poderá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar mortos em cidades cercadas pelos russos (como Mariupol).
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