No seu habitual discurso dirigido à nação, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a apelar para que o "mundo democrático" recuse o petróleo russo, justificando que "dinheiro gasto em recursos russos é, na verdade, gasto na destruição da democracia".
Salientando estar ‘munido’ com informações sobre o “estado de espírito da Rússia”, o chefe de estado garante estar em melhores condições para tudo ter em conta antes de dizer “quanto tempo é que a guerra durará” – o que muitos alegam que poderá acontecer durante semanas, meses, anos, ou até mesmo permanentemente.
Nesse sentido, “a primeira tarefa é acelerar a restauração da paz”, o que “as forças armadas da Ucrânia estão a fazer de forma brilhante, […] mas não o suficiente para limpar a nossa terra dos ocupantes”, começa por enumerar o presidente, no vídeo publicado na sua página do Facebook.
Zelensky salienta ainda que os diplomatas ucranianos “devem continuar a sua atividade em todas as frentes, e em todos os níveis possíveis”, tanto oficiais, como não oficiais.
Nessa linha, o chefe de estado revela que o "trabalho está quase completo" no que toca o preenchimento do questionário necessário para o pedido de adesão à União Europeia (UE), garantindo que dará "respostas em breve".
Para o presidente, a segunda tarefa passa por abandonar o petróleo russo no próximo pacote de sanções contra aquele país, apelando a que “o mundo democrático admita que dinheiro gasto em recursos russos é, na verdade, gasto na destruição da democracia”.
“Quando estas decisões forem tomadas, veremos que a paz se aproximará”, reforça, considerando que, aqui, reside “quanto tempo é que a guerra durará”.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já matou quase dois mil civis, incluindo cerca de 150 crianças, segundo dados da Organização das Nações Unidas, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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