Papa diz que Ucrânia foi posta à prova numa "guerra cruel e sem sentido"

Pontífice assinalou uma "Páscoa de guerra" na tradicional mensagem pascal 'Urbi et Orbi'.

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Notícias ao Minuto com Lusa
17/04/2022 13:24 ‧ 17/04/2022 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

O Papa Francisco pediu, este domingo, aos líderes de todo o mundo que ouçam o apelo do povo pela paz na Ucrânia ao assinalar uma "Páscoa de guerra" na tradicional mensagem pascal 'Urbi et Orbi'.

Num discurso para milhares de pessoas na Praça de São Pedro, o pontífice de 85 anos disse que a Ucrânia foi "gravemente posta à prova pela violência e destruição da guerra cruel e sem sentido para a qual foi arrastada".

"Os nossos olhos também estão incrédulos nesta Páscoa de guerra. Vimos muito sangue, muita violência", disse o Chefe de Estado da Cidade Estado do Vaticano.

“Os nossos corações também estão cheios de medo e angústia, já que muitos de nossos irmãos e irmãs tiveram que se trancar para se protegerem dos bombardeios”, lamentou ainda. Francisco apelou ainda a uma "decisão pela paz". 

Francisco lamentou que, apesar de depois de a pandemia ter chegado o momento de todos saírem de mãos dadas, se esteja a mostrar que ainda persiste nos Homens "o espírito de Caim, que olha para Abel não como um irmão, mas como um rival, e pensa em como eliminá-lo".

"Que haja paz na Ucrânia martirizada, tão duramente testada pela violência e destruição da guerra cruel e sem sentido para a qual foi arrastada. Que em breve amanheça uma nova esperança nesta terrível noite de sofrimento e morte", afirmou o papa, citado pela agência noticiosa EFE.

Da varanda de onde se apresentou ao mundo como Papa em 13 de março de 2013, Jorge Bergoglio pediu: "que a paz seja escolhida. Que não haja mais demonstrações de força enquanto as pessoas sofrem".

O pontífice pediu aos líderes das nações que "ouçam o grito de paz do povo" e "aquela pergunta perturbadora feita pelos cientistas há quase sessenta anos [no manifesto Rusell-Einsten, de 09 de julho de 1955]: devemos pôr fim à raça humana ou a humanidade deve renunciar à guerra?".

Francisco lamentou as "muitas vítimas ucranianas, os milhões de refugiados e deslocados internos, as famílias divididas, os idosos abandonados, as vidas destroçadas e as cidades arrasadas".

"Tenho diante dos meus olhos a visão de crianças órfãs e em fuga da guerra. Olhando para elas, não podemos deixar de perceber o seu grito de dor, juntamente com o de muitas outras crianças que sofrem em todo o mundo: as que morrem de fome ou de falta de cuidados médicos, as que são vítimas de abuso e violência e as a quem foi negado o direito a nascer", acrescentou.

Agradeceu à Europa por acolher migrantes, mas insistiu que o conflito na Europa deve tornar as pessoas mais atentas "a outras situações de tensão, sofrimento e dor que afetam demasiadas regiões do mundo" e que não podem ser esquecidas.

Já em março, o pontífice tinha direcionado as suas palavras ao presidente russo Vladimir Putin para que parasse o "massacre" na Ucrânia, alertando que as cidades correm o risco de serem "reduzidas a cemitérios".

Leia Também: Papa apela à paz na Ucrânia e recorda "tragédia humanitária"

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