Um assessor do autarca de Mariupol revela que as forças russas anunciaram que entradas e saídas na cidade serão travadas a partir de segunda-feira, avança a CNN Internacional.
Petro Andriushchenko disse no Telegram que as forças russas estão a emitir passes para circulação dentro da cidade. O conselheiro do autarca terá publicado uma fotografia alegadamente a mostrar moradores a fazer fila para os passes.
“Centenas de cidadãos têm de fazer fila para conseguir um passe, sem o qual será impossível não só circular entre os bairros da cidade, mas também sair às ruas a partir da próxima semana”, disse.
Num outro comunicado, de sábado, Andriushchenko informa que a cidade ficará fechada para entradas e saídas a partir de segunda-feira e que existirá uma proibição de circular pelos distritos por uma semana.
A Rússia apelou à rendição das forças ucranianas em Mariupol, cidade cercada no leste do país, a partir das 06h00 (04h00 em Lisboa), comprometendo-se a poupar as vidas de quem depuser as armas.
“A todos aqueles que depuserem as armas é garantido que pouparemos a vida”, garantiu o chefe do Centro de Controlo de Defesa russo, coronel general Mikhail Mizintsev, de acordo com a agência de notícias oficial russa Tass.
Mas a luta por Mariupol será, de acordo com o lado ucraniano, “até ao fim”, e a cidade não se rende, ignorando o ultimato da Rússia .
“Não, a cidade não caiu. As nossas forças militares, os nossos soldados ainda lá estão. Eles vão lutar até ao fim. Enquanto falo, eles ainda estão em Mariupol”, afirmou hoje Denys Shmygal.
Num discurso à nação, neste sábado à noite, o Zelensky, advertiu que “a situação em Mariupol continua tão grave quanto possível, simplesmente desumana” e culpou a Rússia por “continuar deliberadamente a destruir cidades”.
Zelensky deixou ainda claro que as conversações de paz terminariam caso as tropas ucranianas em Mariupol fossem mortas.
Situada no mar de Azov, Mariupol é um dos principais objetivos dos russos no esforço para obter controlo total da região de Donbass e formar um corredor terrestre, no leste da Ucrânia, a partir da península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
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