Atraso em tomar central de Azovstal "indica falhanço contínuo" dos russos

Inteligência britânica diz que incompetência técnica russa e forte resistência ucraniana atrasam a tomada da cidade costeira de Mariupol.

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Notícias ao Minuto
19/04/2022 21:54 ‧ 19/04/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Ucrânia/Rússia

A inteligência britânica, na sua atualização sobre a situação na Ucrânia, alertou esta terça-feira que os bombardeamentos e ataques aéreos russos no Donbass intensificaram-se, mas, diz o Reino Unido, os ucranianos "repeliram numerosas tentativas de avanço pelas forças russas".

Esta terça-feira, a nova ofensiva russa no leste da Ucrânia focou-se em Mariupol, e a resistência local concentrou-se na grande central metalúrgica de Azovstal, um grande centro de cimento e aço com vários abrigos.

Segundo as autoridades ucranianas, estão presos no último reduto de resistência mais de mil civis, e a central tem sido bombardeada ao longo de todo o dia.

No entanto, apesar do avanço russo na importante cidade costeira, crucial para ligar a Crimeia ocupada ao território russo, o Ministério da Defesa do Reino Unido fala em desafios "ambientais, logísticos e técnicos" pelos russos, além da forte resistência ucraniana, como causas para o atraso na tomada da cidade.

"A habilidade da Rússia para progredir continua a ser impactada pelos desafios ambientais, logísticos e técnicos têm sido um percalço até agora, combinados com a resiliência das forças armadas ucranianas altamente motivadas", afirmou a inteligência britânica.

O Reino Unido acrescentou ainda que a "inabilidade da Rússia para oprimir a resistência em Mariupol" tem levado os russos a aumentar os "ataques indiscriminados" e, por consequência, estes ataques têm sido ainda mais prejudiciais para a população civil.

Os britânicos concluem que a demora em tomar Mariupol "é indicativo do contínuo falhanço em atingir os seus objetivos tão depressa quanto gostariam".

Várias agências internacionais alertaram para uma renovada ofensiva russa no Donbass, após o fracasso da invasão em cercar Kyiv e tomar a capital. A retirada das tropas russas dos arredores de Kyiv, especialmente em Bucha e Borodyanka, levou à descoberta de corpos de civis e valas comuns nas ruas das cidades, e os massacres mereceram a condenação da comunidade internacional.

Segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a guerra na Ucrânia já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil, mas a agência da ONU alerta que o número de mortos poderá ser muito superior depois de contabilizadas as vítimas em cidades sitiadas e muito bombardeadas pelos russos.

Leia Também: Autoridades de Mariupol denunciam bombardeamento na fábrica de Azovstal

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