Os parques naturais e outras áreas protegidas têm tido um "sucesso ambivalente" na conservação da vida selvagem, de acordo com um estudo global que se propôs a averiguar os seus efeitos, aqui citado pelo The Guardian.
Recorrendo a dados relativos a aves nativas de zonas húmidas, provenientes de 1.506 áreas protegidas em todo o mundo, os investigadores analisaram as tendências associadas a mais de 27.000 populações. Acabariam, na sequência do seu trabalho, por concluir que o "aumento da oferta" destas áreas protegidas não tinha necessariamente ajudado estas espécies de aves.
Os investigadores acrescentaram ainda que o estudo, publicado esta quarta-feira na revista Nature, tem implicações importantes. Isto porque os resultados atingidos mostram que a "gestão específica das espécies" é crucial para promover a proteção das mesmas e dos seus habitats, e que sem a mesma as áreas protegidas têm mais probabilidades de ser ineficazes.
"Sabemos que as áreas protegidas podem evitar a perda de habitat, especialmente em termos de parar com a desflorestação", apontou a investigadora principal, Hannah Wauchope, do Centro de Ecologia e Conservação da Universidade de Exeter.
"No entanto, temos uma muito menor compreensão de como as áreas protegidas ajudam a vida selvagem. O nosso estudo mostra que, enquanto muitas áreas protegidas estão a funcionar bem, muitas outras não estão a ter um efeito positivo", acrescentou a cientista, que garante ainda que é preciso uma maior "concentração em garantir que as áreas são bem geridas para beneficiar a biodiversidade".
Lembre-se que os Governos estão atualmente a negociar as metas desta década para proteger a biodiversidade, com dezenas de países a subscreverem a meta de transformar 30% do planeta em Áreas Protegidas, tanto a nível terrestre como marinho, até 2030.
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