A maioria dos autocarros transportavam mulheres e crianças, na sequência da abertura de um "corredor humanitário" após vários dias em que estes estiveram bloqueados devido aos combates.
Segundo o administrador militar da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, 79 civis foram retirados da cidade sitiada, na maioria mulheres e crianças. Numa publicação na rede social Telegram, o responsável frisou que "esta foi a primeira vez desde o início do bloqueio de Mariupol pelas forças de ocupação russas” que foi possível “retirar os moradores locais de forma organizada e levá-los em segurança”.
“Desta vez, quatro autocarros conseguiram deixar a cidade sitiada de maneira organizada. É muito menos do que o combinado, mas ainda nos alegramos por cada vida salva", frisou.
Quatro autocarros de civis conseguiram deixar Mariupol na manhã de hoje, mas não foi possível confirmar se os veículos que chegaram a Zaporijia integravam esta caranava, que deveria percorrer uma distância de 200 quilómetros numa viagem que pode prolongar-se por vários dias devido aos numerosos postos de controlo erguidos nas estradas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na manhã de quinta-feira que Mariupol, porto estratégico do mar de Azov e cercado há cerca de dois meses pelos seus soldados, estava sob controlo russo.
Os últimos resistentes ucranianos, os combatentes do batalhão ultranacionalista Azov e da 36ª brigada de infantaria naval (fuzileiros), permaneciam entrincheirados no gigantesco complexo metalúrgico de Azovstal, com algumas centenas de civis.
O ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano apelou à instauração de um corredor humanitário de urgência para retirar os civis, após Vladimir Putin ter ordenado o aperto do cerco a Azovstal, evitando lançar um assalto.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU - a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
[Notícia atualizada às 20h29]
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