Putin ainda está "em posição de ganhar" a guerra na Ucrânia
Isto apesar de ter falhado os objetivos inicialmente definidos para a investida militar, apontaram funcionários ocidentais.
© Reuters
Mundo Rússia/Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ainda pode vir a conseguir ganhar a guerra na Ucrânia, apesar de ter falhado nos objetivos inicialmente definidos para a mesma, informaram funcionários ocidentais contactados pela Reuters.
As declarações foram proferidas depois da Rússia ter optado, nas últimas semanas, por concentrar a sua ofensiva no leste da Ucrânia, depois de ter-se mostrado incapaz de conquistar a capital, Kyiv.
"Putin falhou claramente no cumprimento dos seus objetivos iniciais, prévios à guerra, mas ainda está em posição de ganhar", garantiu um funcionário ocidental, sob condição de anonimato.
A mesma fonte apontou que o "sucesso" para a Rússia poderá passar, simplesmente, por uma consolidação do controlo russo sobre o Donbass e pela criação de uma 'ponte terrestre' até à Crimeia. Num "pior cenário", pode ainda existir um ataque renovado a Kyiv.
Apesar destes possíveis resultados "positivos", o oficial considerou que a invasão russa sobre a Ucrânia continuaria a ser um "erro estratégico para a Rússia", dadas as perdas substanciais sofridas pelo seu exército, a resistência obstinada da Ucrânia e a forma como a guerra mudou a arquitetura de segurança da Europa, em detrimento da Rússia.
Um outro oficial do Ocidente, contactado pela Reuters, acrescentou que a Rússia tinha começado a abordar algumas das questões que tinham dificultado o seu exército no início da invasão - apontando, no entanto, que a forma como as forças se estavam a movimentar, muitas vezes em longas colunas, ainda lhes estava a causar problemas.
"O comando e o controlo tornaram-se mais eficazes... é claro que estão a ser mais inteligentes acerca da forma como estão a utilizar os veículos aéreos não tripulados e a integrá-los nas suas forças à medida que avançam, e como estão a utilizar a artilharia", acrescentou a fonte.
"Ainda não os vimos a melhorar a forma como estão a manobrar, embora quando estão a meter as suas forças na luta, estejam a ser um pouco mais unidos", acrescentou a fonte.
A Rússia lançou, a 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU. É considerada, consequentemente, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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