"Um soldado foi morto e outros 27 membros da tripulação estão desaparecidos", adiantou, citado por agências de notícias russas, dizendo que as outras 396 a bordo foram retiradas do navio.
"O Ministério da Defesa está a fornecer todo o apoio e assistência necessários às famílias e amigos dos mortos e desaparecidos", acrescentou.
O Moskva, navio-almirante da frota russa no Mar Negro, que contou oficialmente com até 680 tripulantes, afundou em 14 de abril.
O naufrágio do Moskva é amplamente visto como uma humilhação para a Rússia e para sua frota, e até mesmo para os defensores do Kremlin, que exigiram uma explicação das autoridades.
Na terça-feira, o portal independente russo Meduza, que citava fontes não identificadas, escreveu que pelo menos 37 pessoas tinham morrido no naufrágio.
A bordo do navio - que de acordo com fontes militares ucranianas naufragou, na semana passada, após ter sido atingido por dois mísseis "Neptune" - estavam cerca de 500 pessoas e destas uma centena ficou ferida, não sendo conhecido o número de desaparecidos.
O portal Meduza citava como fonte "uma pessoa no comando" da Marinha no Mar Negro.
Horas antes do naufrágio, Kiev tinha relatado várias explosões no navio russo, causadas pelo impacto dos mísseis ucranianos.
Segundo o Ministério da Defesa russo, o navio de guerra sofreu "um intenso incêndio e subsequente detonação de munição" e, embora "tenha sofrido sérios danos", a tripulação foi retirada.
Houve uma tentativa de rebocar o cruzador, um símbolo da Marinha russa, para um porto seguro e Moscovo confirmou posteriormente o naufrágio, atribuído a "circunstâncias" relacionadas com uma tempestade.
Por seu lado, o jornal alemão "Frankfurter Allgemeine Zeitung" (FAZ) indicava, com base em fontes russas não identificadas, que havia recrutas a bordo do Moskva, contrariando as versões oficiais do Kremlin.
As fontes também negaram que a tripulação do Moskva tenha sido resgatada na sua totalidade.
"É uma mentira, uma mentira vulgar e cínica", escreveu Dimitri Schkrebes na rede social russa VK [originalmente VKontakte], referindo-se à versão oficial do Kremlin.
Segundo o FAZ, o filho mais velho de Schkrebes, Jegor, foi recrutado no final do ano passado em Ialta para cumprir o serviço militar a bordo do Moskva, onde trabalhava como cozinheiro.
Dimitro Schkrebes garantiu que o seu filho está numa lista de desaparecidos da tripulação do Moskva.
No início de março, após uma série de relatos sobre recrutas russos capturados pelas forças ucranianas, o Presidente russo, Vladimir Putin, assegurou que nem reservistas nem recrutas estavam a participar na "operação militar especial", como o Kremlin se refere à invasão russa da Ucrânia.
Além disso, em 2017 houve uma declaração oficial de que os recrutas não eram destacados para navios de guerra.
Na mesma rede social VK, foram encontradas mensagens de uma mulher de São Petersburgo sobre outro recruta, Mark Tarasov, que estaria a servir no Moskva e que também está desaparecido.
Os meios de comunicação ucranianos, segundo a FAZ, também noticiaram a morte do tenente Ivan Wachrusew a bordo do Moskva, confirmada pela sua mulher, que garantiu ainda que há 27 tripulantes desaparecidos.
O diário russo da oposição "Novaia Gazeta", que depois de suspender a sua publicação na Rússia tem uma edição digital europeia, publicou no fim de semana a história de uma mulher cujo filho também estaria a cumprir o serviço militar a bordo do Moskva.
A mulher, que não quis ser identificada por medo de represálias, declarou que o seu filho sobreviveu ao naufrágio e ligou-lhe em lágrimas na sexta-feira da Ucrânia, dizendo-lhe que cerca de 40 pessoas morreram, muitas ficaram feridas e outras estão desaparecidas.
Leia Também: Rússia quer controlar Transnístria? "Invasão da Ucrânia era só o início"