Rússia transfere unidades de elite para leste do território ucraniano
A Rússia transferiu uma dúzia de unidades de elite do porto destruído de Mariupol para o leste da Ucrânia e atacou cidades em toda a região, anunciaram hoje as autoridades ucranianas.
© Getty Images
Mundo Rússia/Ucrânia
De acordo com o secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional ucraniano, Oleksiy Danilov, o Kremlin mobilizou mais de 100 mil soldados e mercenários da Síria e da Líbia para o conflito na Ucrânia e está a movimentar mais forças militares todos os dias no país.
"Temos uma situação difícil, mas o nosso Exército está a defender o nosso Estado", disse Oleksiy Danilov.
A televisão estatal russa mostrou a bandeira russa hasteada no que dizia ser o ponto mais alto de Mariupol, a torre de transmissão televisiva da cidade. Também exibiu o que dizia ser o edifício mais alto da fábrica metalúrgica cercada de Azovstal em chamas.
Cidades foram bombardeadas na região do Donbass, bem como na de Kharkiv, a oeste e no sul, disseram as autoridades.
As forças russas atacaram cerca de 2.000 combatentes ucranianos escondidos dentro da metalúrgica de Azovstal, o último grupo de resistência identificado dentro da estratégica cidade portuária do sul, adiantou o gabinete do presidente da Câmara Municipal.
"Todos os dias eles [russos] lançam várias bombas em Azovstal. Lutas, bombardeamentos não param", referiu o prota-voz do município, Petro Andryushchenko.
Acredita-se que mais de 100 mil pessoas -- abaixo de uma população pré-guerra de cerca de 430 mil -- estão presas em Mariupol com pouca comida, água ou aquecimento, e mais de 20 mil civis foram mortos no cerdo de quase dois meses, de acordo com as autoridades ucranianas.
Tentativas repetidas para retirar os civis da cidade falharam devido aos bombardeamentos russos contínuos.
A vice-primeira-ministra, Iryna Vereshchuk, disse que nenhum corredor humanitário para retirar civis seria aberto na Ucrânia na sexta-feira, porque é muito perigoso.
Iryna Vereshchuk pediu às pessoas que "fosse pacientes" e "continuassem firmes".
Hoje, o Ministério da Defesa russo salientou que a situação "normalizou" na cidade de Mariupol.
"A situação normalizou-se em Mariupol. Os habitantes da cidade têm agora a possibilidade de circular livremente pelas ruas sem se esconder do bombardeamento nos nazis ucranianos", disse o porta-voz militar, Igor Konashénkov.
De acordo com Igor Konashénkov, está a ser entregue ajuda humanitária à população que permanece na cidade, como alimentos, água e bens de primeira necessidade.
"As autoridades da República Popular de Donetsk estão a organizar a limpeza dos destroço-o das ruas e a remoção do equipamento militar ucraniano afetado", afirmou.
Igor Konashénkov também assegurou que os soldados ucranianos e as tropas do batalhão nacionalista Azov e os mercenários "dos Estados Unidos e dos países europeus (...) estão bloqueados de forma segura no território da metalúrgica de Azovstal".
Na quinta-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, comemorou a "libertação de Mariupol" anunciada pelo seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e cancelou o ataque à fábrica metalúrgica para salvar a vida dos militares russos, mas ordenou circundá-la de tal forma que "nem uma mosca passe".
O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, disse no mesmo dia à noite que Mariupol continuava "a resistir, apesar de tudo o que dizem os ocupantes russos".
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