Um vídeo partilhado na véspera deste domingo de Páscoa ortodoxa pelo batalhão de Azov - considerado uma milícia neonazi por uns e heróis ucranianos por outros - mostra o interior da siderúrgica de Azovstal, na cidade sitiada de Mariupol, onde mais de mil pessoas, incluindo crianças e idosos, encontram abrigo das forças russas há dois meses.
Nas imagens, - que pode ver acima -, crianças e mulheres dizem estar a “ficar sem forças”, apelando à sua retirada urgente. Ainda que tenham a companhia uns dos outros, os menores pedem para ir para casa, desejando ver a luz do sol.
O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) norte-americano considerou que as forças russas estão a tentar “deixar as pessoas morrer à fome” em Azovstal, segundo o jornal The Guardian.
Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, afirmou que abandonará as negociações com Moscovo caso os seus militares entrincheirados no complexo metalúrgico de Azovstal sejam mortos pelo exército russo, assim como “se forem organizados pseudo-referendos na região de Kherson”.
"Penso que quem começou esta guerra, poderá acabar com ela", disse o chefe de estado, durante a conferência de imprensa de sábado, reiterando que não tem "medo de encontrar [Putin]", se isso levar a um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia.
Este domingo de Páscoa ortodoxa marca dois meses do início da invasão russa na Ucrânia, que já provocou a morte de quase dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
Além disso, mais de 12 milhões de pessoas fugiram, cinco milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados do organismo. Contudo, mais um milhão já regressou à Ucrânia, segundo informou o ministro do Interior ucraniano, Denís Monastirski.
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