Ned Price, porta-voz da diplomacia norte-americana, disse esta manhã de domingo que os Estados Unidos estão "confiantes" de que, com o apoio do país, a "Ucrânia sairá vitoriosa" do conflito, naquilo que descreveu como uma "derrota estratégica para a Rússia".
“A Ucrânia sairá vitoriosa. Será uma derrota estratégica para a Rússia. Seja de que forma ou quando é que isso aconteça, estamos confiantes”, salientou o responsável, em entrevista à BBC.
O porta-voz justificou que as forças ucranianas estão, neste momento, “a ganhar a batalha pela Ucrânia”, o que, a seu ver, “não é surpreendente”.
“[Os ucranianos] estão a lutar com garra, com determinação, com tenacidade – mas também com um grande volume de assistência que os Estados Unidos e outros cerca de 30 países do mundo forneceram”, adiantou, ainda que tenha reconhecido que haverá momentos de retrocesso, já que o “Kremlin demonstrou que não há limite que hesite em ultrapassar nas ações desta guerra”.
"The Kremlin has demonstrated that there is no low to which it will hesitate to stoop"
— BBC Politics (@BBCPolitics) April 24, 2022
U.S. State Department spokesman Ned Price says that the world will see "more atrocities" carried out by Russia in Ukraine#SundayMorning https://t.co/o2isrXGY89 pic.twitter.com/jLbEOX83qt
Price sublinhou ainda que os Estados Unidos anunciaram no sábado estar previsto o envio de mais 800 milhões de dólares (cerca de 740.784.000 euros) destinados ao reforço da segurança ucraniana, tratando-se “daquilo que precisam para este novo tipo de batalha, a batalha que terá início no Donbass e no sul”.
“Estamos confiantes de que, com o nosso apoio, com a determinação e a tenacidade que os nossos companheiros ucranianos demonstraram, eles sairão vitoriosos”, rematou, realçando que a Ucrânia está disposta a encontrar um acordo de paz com a Rússia.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, revelou que se encontrará este domingo em Kyiv com altos responsáveis políticos dos Estados Unidos, esperando receber "coisas específicas e armas específicas" e não presentes.
O responsável anunciou a visita do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e do secretário da Defesa, Lloyd Austin, numa conferência de imprensa no metro de Kyiv no sábado, mas a Casa Branca ainda não comentou.
Este domingo de Páscoa ortodoxa marca dois meses do início da invasão russa na Ucrânia, que já provocou a morte de quase dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
Além disso, mais de 12 milhões de pessoas fugiram, cinco milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados do organismo. Contudo, mais um milhão já regressou à Ucrânia, segundo informou o ministro do Interior ucraniano, Denís Monastirski.
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