As primeiras projeções da segunda mão das eleições francesas deste domingo dão a vitória a Emmanuel Macron sobre Marine Le Pen, com 58,2% dos votos - uma subida em relação às sondagens anteriores ao sufrágio.
Ao contrário do que acontece em Portugal, as projeções não são feitas com base em sondagens à boca das urnas, mas sim através da abertura de urnas em freguesias-tipo, que tendem a espelhar a realidade nacional.
Na primeira mão das eleições, Emmanuel Macron, do La République En Marche!, venceu com 27,8% dos votos. Marine Le Pen, do Rassemblement National, obteve 23,2%, à frente dos 22% de Jean-Luc Mélenchon, o único candidato da esquerda a ter uma prestação significativa face ao desastre eleitoral do resto da esquerda - especialmente dos socialistas e de Anne Hidalgo.
Em 2017, Macron foi eleito pela primeira vez presidente dos franceses, depois de vencer confortavelmente Marine Le Pen.
No entanto, os analistas políticos têm avisado que esta é uma Le Pen diferente, mais moderada e mais afastada da génese radical do partido fundado pelo seu pai, Jean-Marie Le Pen - mudando até o nome do partido.
Ainda assim, Emmanuel Macron criticou muitas vezes, na sua campanha, o ódio e a xenofobia patrocinados pelo Rassemblement National de Le Pen, nomeadamente depois da sua opositora ter proibido a entrada de alguns jornalistas nos seus comícios. A islamofobia também foi uma constante nas políticas de Le Pen que mereceram críticas pelos seus opositores.
Já a candidata da extrema-direita tem colado Macron à estagnação económica e, em particular, pela subida recente dos custos de vida, especialmente dos combustíveis - um fator que tem sido preponderante na presidência de Macron, como em 2018, com o início do movimento dos coletes amarelos.
Ao longo desta tarde de domingo, foram sendo conhecidos os dados da participação eleitoral, que, apontam as autoridades francesas, caiu. A abstenção deverá rondar os 28%, um recorde de ausência nas urnas.
Com a vitória deste domingo, Emmanuel Macron, de 44 anos, torna-se o primeiro presidente desde Jacques Chirac, em 2002, a ser reeleito para o Eliseu, já que Nicolas Sarkozy e François Hollande falharam o objetivo de um segundo mandato, em 2012 e 2017 respetivamente.
Macron tem agora mandato para continuar com a política europeísta e liberal que destacou o seu primeiro mandato, ao invés do euroceticismo que pediam os eleitores ainda mais à direita.
[Notícia atualizada às 20h00]
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