De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, a expulsão dos diplomatas noruegueses foi comunicada ao embaixador, Rune Resaland, que foi hoje convocado ao ministério para lhe ser dito que a "política hostil" de Oslo está a prejudicar seriamente as relações bilaterais.
Moscovo considerou "infundada" a expulsão dos seus diplomatas da Noruega, anunciada a 06 de abril, e criticou a ajuda militar prestada pelo Governo do país nórdico à Ucrânia e a conivência com "os crimes praticados pelos nacionalistas ucranianos contra a população civil de Dombass".
O ministério russo considerou também que "Tóquio adotou uma postura antirrussa abertamente hostil" desde o início da ofensiva militar na Ucrânia, a 24 de fevereiro e acusou as autoridades japonesas de incitar uma histeria contra os russos cuja "apoteose foi a expulsão de oito diplomatas russos", no início de abril.
"Tendo em vista o princípio da reciprocidade, a Rússia pediu a oito colaboradores diplomáticos japoneses para deixarem o país até 10 de maio", adiantou.
A Rússia já tinha anunciado na terça-feira que iria expulsar 40 diplomatas alemães como medida de retaliação contra uma posição semelhante daquele país europeu e na semana passada expulsou 36 diplomatas belgas e holandeses.
Nas últimas semanas, muitos outros países europeus, incluindo Portugal, França, Itália e Espanha expulsaram centenas de diplomatas russos, sobretudo depois de serem conhecidas as imagens da cidade de Bucha (nos arredores da capital ucraniana, Kiev), onde foram encontrados dezenas de corpos nas estradas ou em valas comuns, alguns com as mãos atadas atrás das costas, depois de as tropas russas abandonarem a zona.
Em alguns casos, as expulsões foram oficialmente justificadas com a invasão da Ucrânia pelas forças russas e os abusos de que são acusadas, noutras foram acompanhadas de acusações de espionagem.
Moscovo prometeu responder a cada uma das expulsões.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de 2.700 civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5,3 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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