O Ministério dos Negócios Estrangeiros canadiano indicou num comunicado que as pessoas sancionadas são 11 altos funcionários e 192 membros dos governos populares das duas regiões independentistas que "são cúmplices das violações pelo regime russo da soberania e integridade territorial da Ucrânia".
O Governo canadiano recordou que a Rússia tentou anexar zonas da região do Donbass, onde se situam as regiões de Donetsk e Lugansk, em violação do direito internacional.
A ministra dos Negócios Estrangeiros, Mélanie Joly, afirmou que o Canadá não permanecerá impassível perante as tentativas do Presidente russo, Vladimir Putin, e dos seus aliados de alterar as fronteiras da Ucrânia.
Joly acrescentou que o país utilizará todos os instrumentos à sua disposição para garantir que as normas internacionais são respeitadas e que "aqueles que são cúmplices em violações do direito internacional respondem pelos seus crimes".
Desde que a Rússia ocupou a península ucraniana da Crimeia, em 2014, o Canadá impôs sanções a mais de 1.400 pessoas e entidades russas, ucranianas e bielorrussas.
O anterior pacote de sanções canadiano à Rússia foi aprovado a 19 de abril e incluiu duas filhas de Putin e mais 12 pessoas próximas do Presidente russo, entre oligarcas e seus familiares.
O Donbass é uma região ucraniana maioritariamente habitada por população russófona, onde, em 2014, eclodiu um conflito armado entre o exército ucraniano e milícias separatistas pró-russas que, segundo a ONU, fez até agora mais de 14.000 mortos de ambos os lados, entre militares e civis.
A ofensiva militar russa iniciada na madrugada de 24 de fevereiro na Ucrânia -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar o país vizinho para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia e a guerra, que entrou hoje no 63.º dia, causou até agora a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5,3 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que a classifica como a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A ONU confirmou hoje que pelo menos 2.787 civis morreram e 3.152 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.
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