O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, visitou ontem a Ucrânia e encontrou-se com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky na capital, Kyiv, naquela que foi a sua primeira visita ao país desde o início da invasão russa.
A visita ficou marcada por bombardeamentos por parte das forças russas em Kyiv, que provocaram pelo menos um morto e dez feridos. Aos jornalistas, o porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), Saviano Andreu, assegurou que Guterres estava “seguro”, mas “chocado” com o ataque. Já Guterres disse à RTP que a cidade deve ser "sagrada" e "poupada".
Antes de se encontrar com Zelensky, o português visitou a cidade de Borodianka, nos arredores de Kyiv, onde afirmou que “uma guerra no século XXI é um absurdo” e se colocou no papel das vítimas da guerra. “Imagino a minha família numa dessas casas que estão agora destruídas e enegrecidas. Vejo as minhas netas a correr em pânico”, frisou.
Guterres visitou também Bucha e sublinhou a importância de uma investigação sobre eventuais crimes de guerra, exortando a Federação Russa a colaborar com o Tribunal Penal Internacional. Já a Irpin sublinhou que "sempre que há uma guerra o preço mais alto" é pago pelas populações.
Antes da visita a Kyiv, o responsável esteve em Moscovo, onde pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, que coopere com as Nações Unidas para permitir a retirada de civis das áreas bombardeadas, nomeadamente no leste e sul da Ucrânia, onde as forças russas concentram a sua ofensiva.
Leia Também: AO MINUTO: Azovstal evacuada hoje?; Donbass é "objetivo principal" russo