Ucrânia. OIM pede 485 milhões para apoio a deslocados e refugiados
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) apelou hoje para a doação cerca de 485 milhões de euros para apoiar a sua resposta às necessidades humanitárias das pessoas afetadas pela guerra na Ucrânia e nos países vizinhos.
© REUTERS/Leonhard Foeger
Mundo Ucrânia/Rússia
Desde o início da guerra, mais de 7,7 milhões de pessoas tiveram de fugir de suas casas e deslocar-se internamente para outras regiões da Ucrânia, de acordo com dados da OIM, enquanto mais de 5,3 milhões de refugiados e pelo menos 233.000 cidadãos de países terceiros saíram para países vizinhos em busca de segurança.
"As necessidades humanitárias na região continuam a aumentar, com as populações afetadas a necessitar de apoio crítico", afirma a OIM, em comunicado hoje divulgado.
A organização, liderada pelo português António Vitorino, é uma das que mais apoio humanitário dá à Ucrânia, onde trabalha desde 1996, e tem envolvido Estados e outros parceiros para dar resposta aos refugiados e deslocados em toda a Ucrânia e nos países vizinhos.
O apelo da OIM visa ajudar mais de 10 milhões de pessoas, oito milhões das quais dentro da Ucrânia e dois milhões refugiadas noutros países, explica a organização, acrescentando que entre as pessoas que irão receber assistência se incluem também "cidadãos de países terceiros e populações vulneráveis, incluindo mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência".
A organização "continuará a apoiar Governos nacionais e autoridades locais, bem como parceiros não governamentais e da sociedade civil, em diversos setores", adianta.
"Uma componente chave da resposta [humanitária da OIM] será o reforço das capacidades dos abrigos coletivos, centros de acolhimento e locais de receção e de trânsito, sendo que a organização quer também "fornecer abrigos temporários e bens não alimentares".
Perante as crescentes necessidades na área da saúde, a OIM "pretende continuar a melhorar o acesso aos cuidados e a apoiar a preparação e resposta a surtos", com o estabelecimento de equipas médicas, exames gerais e de saúde mental e apoio psicossocial.
Além disso, sublinha, "a OIM está a trabalhar para melhorar as infraestruturas de água, saneamento e higiene e a prestação de serviços que foram severamente afetados pelas hostilidades".
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de 2.700 civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5,3 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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