Azovstal. "Nós não vimos o sol durante muito tempo", relata ucraniana

Até agora, cerca de 100 pessoas foram retiradas do complexo fabril em Mariupol. A situação na cidade portuária foi descrita pelo secretário-geral das Nações Unidas como "uma crise dentro de uma crise".

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Notícias ao Minuto
02/05/2022 08:46 ‧ 02/05/2022 por Notícias ao Minuto

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Azovstal

Cerca de 100 civis foram resgatados da siderúrgica Azovstal, durante o fim-de-semana, segundo as autoridades ucranianas. Natalia Usmanova é uma das mulheres que estão a ser retiradas dos bunkers no complexo fabril em Mariupol, numa primeira fase.

"Tive medo de que o bunker não aguentasse", contou a ucraniana à Reuters, referindo-se ao impacto dos bombardeamentos que, já há 68 dias, têm vindo a ocorrer por todo o país.

"Quando o bunker começou a tremer, eu fiquei histérica, o meu marido pode confirmar: estava muito preocupada que o bunker se 'afundasse'", explicou a mulher de 37 anos.

A 30 km de Mariupol, na aldeia de Bezimenne, na região separatista de Donetsk, que está controlada pelas tropas russas, Natalia conta que nos bunkers pairava o medo e que também havia falta de oxigénio: "Nós não vimos o sol durante muito tempo".

"Não imaginam o que nós passamos (...). Eu vivi lá [Mariupol], eu trabalhei lá, mas o que nós vimos foi horrível", contou à Reuters, sublinhando que, na retirada, que teve a ajuda da Organização das Nações Unidas e da Cruz Vermelha, 'brincou' até com marido, dizendo-lhe que agora já não precisariam de ir à casa de banho com uma lanterna.

Recorde-se que a operações de resgaste em Azovstal está prevista continuar esta segunda-feira, não havendo, no entanto, ainda confirmações de que se está a realizar com sucesso.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou cerca de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

 A ofensiva militar causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,4 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Reino Unido diz que "Rússia demorará anos a reconstituir" forças de elite

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