De acordo com o jornal Ming Pao, a direção da organização vai reunir-se na sexta-feira para discutir uma resolução especial que, se for aprovada, levará à demissão voluntária dos membros.
"O plano não tem nada a ver com pressões políticas ou razões financeiras", garantiu o jornal pró-Pequim, sem citar quaisquer fontes.
A Hong Kong Unison foi fundada em 2001 e constituída como uma organização sem fins lucrativos em 2005.
De acordo com o portal na Internet, a associação pretende promover a igualdade racial e de oportunidades na participação social, "em especial na educação, para as minorias étnicas de Hong Kong, através da influência de políticas e da mudança de práticas".
Segundo os dados oficiais mais recentes, em 2021 viviam na região semiautónoma chinesa quase 620 mil pessoas de minorias étnicas, representando cerca de 8,4% da população.
A Hong Kong Unison esteve envolvida na implementação de legislação contra a discriminação racial, que foi promulgada em julho de 2008 e entrou em vigor um ano mais tarde.
Depois de Pequim ter imposto a primeira legislação sobre a segurança nacional, em 2020, muitos dos principais ativistas pró-democracia da cidade foram detidos e outros fugiram para o estrangeiro.
Dezenas de grupos da sociedade civil foram dissolvidos e meios de comunicação social como o Apple Daily e o Stand News encerrados.
Na quinta-feira, o Partido Democrático de Hong Kong, o maior partido da oposição e um dos últimos a funcionar, anunciou que iria consultar os membros sobre a possibilidade de dissolução, o que poria fim a mais de 30 anos de atividade política.
O presidente do partido, Lo Kin-hei, declarou que um grupo de trabalho vai organizar uma assembleia geral para que os 400 membros tomem uma decisão final sobre o futuro do partido e tratem das questões jurídicas relacionadas com a dissolução.
A medida, tomada pela direção da formação política durante uma reunião realizada na semana passada, surge na sequência da aplicação da mais recente lei de segurança nacional na cidade, em 2024, que intensificou a repressão da dissidência e deixou a oposição à deriva.
Fundado em 1994 e outrora o principal bastião da oposição no Conselho Legislativo (LegCo), o parlamento da cidade, o Partido Democrático encontra-se numa situação crítica, sem representação parlamentar ou nos conselhos distritais.
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