Poucas horas depois do Politico divulgar na segunda-feira um raro 'leak' de documentos do Supremo Tribunal, avançando que o principal órgão judicial dos Estados Unidos da América está a preparar uma reversão do famoso processo Roe v. Wade, uma pequena multidão em Washington D.C. deslocou-se às escadas em frente ao tribunal para protestar pelo direito ao aborto.
Segundo o site Politico, os juízes que compõem a maioria conservadora - três deles nomeados por Donald Trump no seu mandato - estão a preparar a reversão do processo que consagrou o direito ao aborto em todo o país.
Cerca de 200 manifestantes pró-aborto e pró-direitos das mulheres reuniram-se em frente ao Supremo, gritando frases como "aborto é cuidado de saúde".
Apesar da forte presença policial, e também de um pequeno grupo de ativistas antiaborto que foi celebrar a ocasião, não houve registo de incidentes ou altercações.
Around 200 people at an impromptu protest in front of the Supreme Court tonight #roevwade pic.twitter.com/AKgzbExVA8
— Moira Warburton (@moirawarburton) May 3, 2022
A luta contra o aborto tem sido um tema constante na agenda republicana e conservadora desde 1973 e, depois de ter sido eleito em 2016, Trump prometeu que nomearia juízes com uma visão conservadora sobre o aborto.
Dito e feito. Aproveitando uma transição no Supremo Tribunal, com uns juízes a reformar-se e outros a falecer, nomeadamente a juíza Ruth Bader Ginsburg, Trump nomeou uma maioria conservadora, que está finalmente a dar 'frutos' à luta antiaborto nos Estados Unidos.
Do lado democrata, seguiram-se várias condenações à decisão, com a líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, a lamentar a decisão e a afirmar que, "se o relatório for verdade, o Supremo Tribunal está encaminhado para infligir a maior restrição de direitos nos últimos 50 anos".
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