De acordo com o Serviço de Informações Militar ucraniano (GUR, na sigla em ucraniano), o diretor-adjunto da administração presidencial russa Sergei Kirienko chegou a Mariupol para preparar o desfile.
"A principal missão do oficial de Putin é preparar-se para as cerimónias de 9 de maio", referiu o GUR num comunicado divulgado através do Telegram.
Mariupol, uma cidade portuária no sudeste da Ucrânia, "tornar-se-á um centro de celebrações", lê-se no comunicado. "As principais avenidas da cidade são urgentemente limpas, detritos e corpos dos mortos bem como munições que não explodiram serão removidos", refere.
Os espetadores russos vão ver relatos sobre a "alegria" dos residentes de Mariupol de verem os russos chegarem à sua cidade, acrescentou. O dia 9 de maio é todos os anos a ocasião de uma grande parada militar em Moscovo, na Praça Vermelha.
Segundo o GUR, "está em curso uma campanha de propaganda em larga escala" entre a população da cidade, agora estimada pelas autoridades ucranianas entre 100.000 e 120.000 pessoas, contra quase meio milhão antes da guerra.
Questionado sobre os preparativos, o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, não mencionou explicitamente a possibilidade de tal desfile em Mariupol.
"Este ano, serão realizados desfiles militares em 28 cidades russas", disse o ministro, acrescentando que "serão mobilizadas cerca de 65.000 pessoas, cerca de 2.400 tipos de armas e equipamento militar e mais de 460 aeronaves".
Mariupol está quase inteiramente sob o controlo do exército russo. Só o enorme complexo metalúrgico azovstal, onde estão entrincheirados os últimos combatentes ucranianos e alguns civis, ainda não foi completamente tomado pelas forças de Moscovo.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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