Este dia, proclamado pela 40.ª assembleia geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em novembro de 2019, comemora-se este ano, pela primeira vez, de forma próxima da normalidade, após as limitações causadas pela pandemia de covid-19 nos últimos dois anos.
"As comemorações que a CPLP está a fazer em Angola, com a presença do nosso ministro da Cultura [Pedro Adão e Silva], vão ser muito importantes e contribuir bastante" para a projeção deste dia, sublinhou em declarações à Lusa o presidente do instituto Camões, João Ribeiro de Almeida.
Além de Angola, que assume a presidência rotativa da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) e organiza hoje, entre outros eventos, um festival em Luanda com o nome da comunidade lusófona, Moçambique e Cabo Verde destacam-se em África como os países com maior número de atividades programadas.
Entre as 139 atividades previstas, João Ribeiro de Almeida fez ainda questão de distinguir a cerimónia de lançamento, hoje, de uma cátedra de português, a 61.ª em todo o mundo, na Universidade do Paraná, no Brasil, que dá expressão a uma das prioridades do Camões -- Instituto da Cooperação e da Língua.
"Tenho pugnado muito no Camões pela criação de cátedras a nível do ensino superior. Porque isso é que faz com que a língua portuguesa se diferencie como língua de conhecimento, de investigação, de inovação", salientou o diplomata.
"Vai ser um momento bonito, porque estaremos a assinalar o Dia Mundial da Língua Portuguesa e as celebrações do centenário [do nascimento] de José Saramago. Assinalava esse como um ponto alto [das comemorações]. Aliás, o senhor presidente da Assembleia da República, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, estará no Paraná, na inauguração da cátedra", que receberá o nome do Nobel da Literatura português, revelou.
A língua portuguesa é a quarta mais falada no mundo como língua materna, a seguir ao mandarim, inglês e espanhol, é falada atualmente por mais de 260 milhões de pessoas nos cinco continentes, 3,7% da população mundial, prevendo as estimativas das Nações Unidas que, em menos de 30 anos, possa alcançar cerca de 400 milhões de falantes.
O português é já a língua mais falada no hemisfério sul. Para além de ser falada em Macau, é a língua oficial dos nove países-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, que em conjunto valem cerca de 2,7 biliões de euros, o que faria deste grupo a sexta maior economia do mundo, se se tratasse de um país (FMI).
É ainda a quinta língua com maior número de utilizadores na Internet e é língua oficial e ou de trabalho em 32 organizações internacionais, desde a União Europeia, Mercosul ou Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Entre os países que mais apostam no ensino do português, a China assume particular destaque, onde atualmente 56 universidades ensinam o português como língua estrangeira e aproximadamente de 5.000 alunos que frequentam esses cursos, de acordo dados recolhidos pelo instituto Camões.
"Este dia é uma oportunidade para inscrever a língua portuguesa nas diversas agendas globais, sejam elas culturais, académicas, diplomáticas ou até económicas, afirmando-se a sua importância estratégica", considerou o Governo português, numa nota divulgada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.
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