O primeiro-ministro, António Costa, recusou este sábado divulgar informações sobre o material bélico enviado à Ucrânia. Em causa está uma notícia divulgada este sábado, dia 7 de maio, pelo jornal Nascer do Sol que dá conta que o Governo autorizou o envio de 15 carros blindados M113A.
“Nós temos vindo, desde a primeira hora, a dar suporte à Ucrânia, seja em meios financeiros, meios humanitários, material militar. Primeiro na natureza não letal e depois na natureza letal. Nunca divulgámos até agora, por razões de segurança, qual o tipo de material que temos enviado. A Ucrânia conhece-o”, explicou aos jornalistas, após a Conferência sobre o Futuro da Europa, na Fundação de Serralves, no Porto.
O primeiro-ministro acrescentou que a Ucrânia “fornece uma lista de necessidades” e que os países aliados “procuram responder” a essas necessidades face aos materiais que têm. “Listamos o material e a Ucrânia aprova se aquele material corresponde às suas necessidades ou não corresponde às suas necessidades. Até agora, nunca divulgámos qual é o material, nem vamos divulgar”, sublinhou, recusando-se ainda a divulgar a data da sua visita à capital ucraniana, Kyiv.
Ainda na sequência da guerra na Ucrânia, António Costa frisou que o Governo está empenhado em lutar contra a inflação e o aumento de preços, nomeadamente no setor energético.
“Estamos a fazer uma luta grande contra a inflação, uma luta grande para conter os preços. Agora, há preços que não dependem exclusivamente de nós [Governo] porque dependem do mercado internacional”, garantiu o governante, que lembrou a redução do Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP).
António Costa explicou que o Governo, em conjunto com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), está a “verificar se as gasolineiras e os revendedores” estão a “reduzir o imposto” e se “não estão a compensar a redução nos impostos por via do aumento das margens”. “Aquilo que sabemos até hoje, que a ERSE nos tem dito, é que até agora não há evidência nenhuma de que as gasolineiras estejam a aumentar as margens à custa da redução dos impostos e que o preço está a subir devido ao aumento no mercado internacional”, frisou.
Sobre a descentralização, Costa garante que o processo “tem corrido muito bem”, com exceção de algumas “áreas”, mas espera que seja possível chegar a um acordo através do “diálogo”.
“Na generalidade dos municípios e na generalidade das áreas [o processo de descentralização] tem corrido muito bem”, afirmou.
No entanto, admite que “há áreas específicas” onde se têm registado problemas, nomeadamente nas “três áreas onde há maior novidade”: a área da ação social, da saúde e educação. “O que é importante é que haja um clima de diálogo e que o diálogo permite identificar problemas e soluções para o problema”, destacou.
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