Borrell propõe que UE use reservas russas para reconstruir a Ucrânia
O mesmo já foi feito pelos Estados Unidos no Afeganistão.
© Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
O Alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, considera que a UE deve considerar em usar as reservas russas congeladas para suportar os custos de reconstruir a Ucrânia depois da guerra.
A proposta foi apresentada numa entrevista publicada esta segunda-feira, no Financial Times.
Para Borrell, seria "lógico" que a UE fizesse o mesmo que os EUA fizeram com os bens do Banco Central afegão depois de os talibãs terem tomado o controlo do país asiático.
"Temos o dinheiro do nosso lado e alguém tem de me explicar porque é que não se pode fazê-lo com o dinheiro russo se foi feito com o afegão", questionou.
Note-se que Washington congelou os fundos afegãos após a tomada do poder pelos talibãs e planeia utilizar alguns para ajudar humanitariamente o povo afegão.
Os países Ocidentais congelaram mais de 299 mil milhões em reservas cambiais da Rússia, em resposta à invasão da Ucrânia.
Desde então, as autoridades europeias têm debatido se os ativos sancionados podem de alguma forma ser usados para reconstruir a Ucrânia quando a guerra terminar. No entanto, nenhuma proposta política concreta foi apresentada.
Na visita à Ucrânia, na passada semana, a líder da Casa de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, já tinha feito o desafio aos países europeus para que seguissem essa estratégia defendida pelo Governo do Presidente Joe Biden, usando dinheiro russo congelado para a reconstrução das cidades ucranianas.
Em resposta a esta ideia de Borrell, a Rússia defendeu que usar as suas reservas congeladas para cobrir os custos da reconstrução da Ucrânia iria minar a confiança na UE.
"Seria a destruição dos próprios fundamentos das relações internacionais. E essas decisões, se tomadas, afetarão os próprios europeus e o seu sistema financeiro e minarão a confiança na Europa e no Ocidente em geral. Seria a anarquia completa, a lei da selva", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Alexander Gruskó, segundo a agência TASS.
[Notícia atualizada às 13h46]
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