Refugiados estão mais "vulneráveis" a tráfico e deve ser criado registo

Os refugiados ucranianos estão cada vez mais vulneráveis aos traficantes de seres humanos, avançou hoje a organização holandesa La Strada, num relatório encomendado pelo britânico Freedom Fund, apelando a um registo de vítimas, nomeadamente de menores não acompanhados.

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© Leon Klein/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
10/05/2022 15:23 ‧ 10/05/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

De acordo com o documento, mais de dois milhões de crianças fugiram da Ucrânia desde a invasão russa, em 24 de fevereiro.

"Pessoas que fogem da guerra, principalmente mulheres e crianças, são extremamente vulneráveis e enfrentam um risco aumentado de exploração sexual e de trabalho, já que grupos criminosos organizados e indivíduos sem escrúpulos lucram muito com a crise", alertaram as organizações, em comunicado.

Já existem sinais de atividade de tráfico humano desde o início da guerra "e é provável que esses riscos aumentem em breve, à medida que a guerra continua", refere o relatório.

O estudo, baseado principalmente em pesquisas realizadas entre março e abril com a ajuda da ONU e entrevistas a diferentes atores da situação, divulga um pedido das organizações para que os governos europeus e as agências internacionais adotem "ações urgentes" e "invistam na criação de um registo de refugiados, a fim de garantir o acesso rápido a medidas de proteção".

O registo deve identificar, "em particular e o mais cedo possível", os menores desacompanhados e as crianças separadas das suas famílias, seguindo-lhes o rasto ao longo da viagem de fuga.

Os investigadores instaram também os países a trabalharem juntos para encontrar crianças desaparecidas e a introduzirem controlos obrigatórios a todos os menores desacompanhados.

Além disso, pedem atenção especial às adoções, que podem levar à exploração sexual de crianças ou ser ilegais, recomendando que "os esforços devem primeiro centrar-se no reencontro das crianças com as suas famílias".

Outros grupos vulneráveis, incluindo mulheres, cidadãos não ucranianos e membros da comunidade cigana, devem receber informações adequadas sobre os perigos do tráfico, concluem.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Parlamento lituano classifica ações da Rússia como genocídio

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