Mulheres afegãs recusam-se a seguir ordens talibãs sobre uso de burca

Desde que os talibãs reconquistaram o poder no Afeganistão, às mulheres tem vindo a ser aplicado um número crescente de restrições.

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Notícias ao Minuto
11/05/2022 18:42 ‧ 11/05/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Afeganistão

Muitas mulheres na capital afegã, Cabul, estão a recusar-se a aderir às mais recentes ordens impostas pelos governantes talibãs islâmicos, que as obrigam a cobrir totalmente os seus rostos quando estão em público.

De acordo com a Reuters, algumas das mulheres estão a optar por ficar em casa, para fugir a essa obrigatoriedade. Outras têm usado as máscaras de proteção contra a Covid-19 em toda e qualquer situação, cobrindo assim o rosto. Finalmente, as restantes escolhem, apenas, ignorar a diretiva.

É desta forma que muitas afegãs estão a lidar com a medida, anunciada no sábado, que obriga as mulheres a cobrirem integralmente os seus rostos em situações públicas, agravando assim o nível de restrições a que as cidadãs do país têm vindo a estar sujeitas. Algo que tem acontecido, de um modo crescente, desde que os talibãs reconquistaram o poder no Afeganistão.

As consequências da desobediência a esta regra, note-se, visam o membro da família, do género masculino, mais próximo da mulher, podendo ir desde uma advertência até uma pena de prisão.

Em Cabul, uma das regiões mais liberais do Afeganistão, a Reuters reporta a existência de indícios de desobediência a esta regra. Pelo menos dois protestos, por exemplo, decorreram já durante esta semana.

"Queremos ser conhecidas como seres vivos, queremos ser conhecidas como seres humanos, não como escravas presas num canto da casa", disse uma das manifestante, citada pela agência noticiosa.

A propósito deste tema, um vendedor local explica ainda que, nos últimos tempos, a "maioria das mulheres" tem preferido "comprar um hijab (véu de cabeça), e não uma burca". E acrescentou: "Uma burca é boa na visão dos Talibãs, mas é a última escolha das mulheres".

E, de acordo com relatos locais, a medida até tem tido interferências na prestação de cuidados médicos. Um médico, residente no sudeste do Afeganistão, disse que as autoridades talibãs lhe tinham dito para não tratar pacientes do sexo feminino que não tivessem um acompanhante masculino e que não estivessem totalmente cobertas, reporta ainda a Reuters.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) vai reunir-se, já na quinta-feira, para discutir a aplicação desta medida. Os Estados Unidos, a este propósito, disseram já estar dispostos a aumentar a pressão sobre a administração talibã.

Leia Também: Conselho de Segurança da ONU vai discutir medida dos talibãs sobre burca

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