Putin acusa Ocidente de causar uma crise global também na economia

O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou hoje o Ocidente de sacrificar o resto do mundo para manter o seu domínio global, incluindo através de sanções económicas contra a Rússia, que disse estarem a criar uma crise planetária.

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Lusa
12/05/2022 13:55 ‧ 12/05/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Estas sanções estão a provocar em grande parte a crise global. Os seus autores, guiados por ambições políticas míopes e inflamadas, pela russofobia, prejudicam os seus próprios interesses nacionais, as suas próprias economias, o bem-estar dos seus cidadãos", disse, num encontro com membros do seu governo sobre a economia.

A Rússia é o segundo maior produtor de cereais depois da Ucrânia e a guerra desencadeada pelas tropas de Putin em território ucraniano ameaça criar problemas alimentares a nível global, como já alertaram organizações internacionais.

Numa videoconferência com membros do Governo hoje, o Presidente russo revelou que a colheita de cereais na Rússia poderá ultrapassar as 130 milhões de toneladas em 2022, das quais 87 milhões de trigo.

Segundo Putin, isso significaria uma colheita recorde de trigo, ultrapassando a colheita de 2017, quando os agricultores russos recolheram 86 milhões de toneladas deste cereal.

"Isto permitir-nos-á não só cobrir as necessidades internas com uma margem de reserva, mas também aumentar o fornecimento aos nossos parceiros, o que é muito importante para os mercados alimentares globais", sublinhou.

A Rússia atingiu o recorde de produção em 2017, com uma colheita de 135,5 milhões de toneladas, em 2020 recolheu 133,5 milhões de toneladas de cereais, dos quais 85,9 milhões de toneladas de trigo, e em 2021 a produção caiu para 121,4 milhões de toneladas de cereais, dos quais 76 milhões de toneladas de trigo.

As declarações de Putin surgem num contexto difícil, uma vez que a "operação militar especial", como o Kremlin a designa, da Rússia na Ucrânia tem frustrado a campanha agrícola no país invadido, um dos maiores exportadores mundiais de cereais e óleo de girassol, o que pode levar, segundo a ONU, a um défice alimentar e até à fome.

Na mesma reunião, o ministro do Desenvolvimento Económico da Rússia, Maxim Reshétnikov, sublinhou a estabilidade da economia russa, apesar da pressão de sanções sem precedentes a que o país está sujeito, afirmando que "não houve uma forte diminuição da produção ou um aumento do desemprego".

Admitiu, no entanto, que "persistem dificuldades", entre as quais referiu "as ruturas nas cadeias logísticas, a queda das exportações e a necessidade de capital circulante que vivem as empresas", apesar de "a situação nos mercados financeiro e cambial ter estabilizado".

Reshétnikov indicou que o executivo tomou medidas para subsidiar o aumento das taxas de juro, nomeadamente assumindo parte do risco de crédito, e está aberta a receção de pedidos de crédito malparado na área dos transportes, setor da energia e combustíveis, construção e outras.

"Outra série de decisões tem a ver com o apoio aos importadores, apoio que é importante tanto para o fornecimento do mercado interno, como para as nossas empresas produtivas para refinar as cadeias de vendas e substituir componentes europeias por componentes de países asiáticos", disse.

O Produto Interno Bruto (PIB) do país vai cair este ano entre 8,8 e 12,4%, de acordo com as previsões preliminares do Ministério do Desenvolvimento Económico da Rússia.

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