Milhares de gregos protestam contra a guerra e bases militares dos EUA

Milhares de pessoas manifestaram-se hoje em Atenas e noutras cidades da Grécia contra as bases militares dos EUA instaladas no país e o reforço do acordo militar greco-norte-americano que foi hoje debatido no Parlamento.

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Lusa
12/05/2022 20:54 ‧ 12/05/2022 por Lusa

Mundo

Rússia/Ucrânia

O desfile na capital, convocado por sindicatos, pelo KKE (partido comunista) e a esquerda extraparlamentar, também se converteu numa ação contra a participação da Grécia na "guerra imperialista" na Ucrânia, através do envio de material militar, efetuada "em nome dos Estados Unidos, NATO e União Europeia".

Os manifestantes percorreram todo o centro de Atenas até à praça Syntagma, onde está localizado o Parlamento nacional (Voulí ton Ellínon), onde estava a decorrer o debate sobre um "protocolo de emenda" ao acordo de cooperação na área da Defesa entre Grécia e Estados Unidos, a quatro dias da visita oficial do primeiro-ministro conservador Kyriakos Mitsotakis a Washington.

Pela manhã, cerca de 100 apoiantes do KKE desfraldaram na colina da Acrópole duas gigantescas faixas, com a frase em grego e inglês "Não à guerra, não à participação, não às bases da morte".

Durante o debate no hemiciclo, Mitsotakis assegurou que o novo protocolo deste acordo, assinado em 1990, reveste-se de importância estratégica ao incluir a proteção da integridade territorial e os direitos soberanos da Grécia, em conformidade com a Lei do Mar, o que o Governo interpreta como um apoio ao contencioso territorial entre a Grécia e a Turquia, ambos Estados-membros da NATO.

No decurso do protesto, os manifestantes assinalaram que o acordo não se destina a defender o povo grego, e antes assinala "uma participação ainda mais intensa nos perigosos planos dos Estados Unidos e NATO para enfrentarem a China e a Rússia na disputa pelo controlo da riqueza, da energia e das rotas de transporte".

O novo acordo terá uma validade de cinco anos, mas após este período prevê-se que seja prorrogado indefinidamente, caso as suas partes pretendam mantê-lo.

A possibilidade de os Estados Unidos poderem utilizar mais quatro bases aéreas e marítimas em território grego, prevista no novo protocolo, foi um dos pontos mais criticados pelos partidos da oposição.

Mitsotakis sublinhou que todas as bases continuarão sob administração grega, mas em simultâneo os Estados Unidos vão financiar a recuperação e melhoria das instalações.

A ratificação de hoje no Parlamento -- a prorrogação do acordo já foi assinada em outubro passado em Washington --, ocorre a poucos dias da deslocação de Mitsotakis a Washington, onde deverá receber o apoio explícito do Presidente Joe Biden na sua disputa com a Turquia, e num momento em que se voltaram a agravar as tensões com Ancara após vários meses de acalmia.

No entanto, segundo informações do diário norte-americano The Wall Street Journal, a administração Biden acaba de recomendar as Congresso que autorize a venda à Turquia de mísseis de alcance intermédio, a manutenção do seu equipamento militar e a eventualidade de modernizar os aviões de combate turco F-16, uma informação mal recebida em Atenas.

O líder da oposição e ex-primeiro-ministro, Alexis Tsipras, desafiou Mitsotakis a suspender o acordo greco-norte-americano com importante componente na área da Defesa, até obter a promessa de Biden de que não negociará com a Turquia sobre a modernização dos aviões de combate turcos.

Leia Também: Parlamento grego vota reforço da cooperação na área da Defesa com EUA

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