"Acho que a única coisa que nós fizemos foi partilhar o nosso pensamento e que a ideia da dissolução do parlamento porque estamos em face de assuntos que são fraturantes não é uma solução, porque essa é a vocação da Assembleia Nacional Popular, tratar de assuntos fraturantes", afirmou o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira.
Segundo o dirigente, não se encontram soluções dissolvendo a "única entidade que tem não só competência, mas vocação para promover o debate".
O líder do PAIGC falava à imprensa na Presidência guineense, após um encontro o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, o primeiro em que Domingos Simões Pereira participa desde que o Presidente iniciou funções.
"Deve promover-se um debate", disse, salientado que o PAIGC deixou a sugestão ao Presidente de fazer uma intervenção à Nação no parlamento.
"Também falámos de outros indicadores que a nosso ver mostram claramente a responsabilidade dele (parlamento) de forma direta naquilo que é o ambiente securitário que se vive no país", salientou.
Sobre o seu encontro com o chefe de Estado, o primeiro desde que Umaro Sissoco Embaló tomou posse como Presidente, Domingos Simões Pereira disse que escolheu comparecer porque se está em "vésperas de uma decisão que pode ser trágica" para o país.
"Em face dessa situação, entendi que a minha coerência é menos importante do que cuidar daquilo que deve ser a tranquilidade e a paz na Guiné-Bissau. Entendi que era importante estar cá, partilhar com o Presidente da República, o nosso pensamento, o meu pensamento, a minha preocupação enquanto cidadão com a estabilidade e a tranquilidade dos guineenses", afirmou o líder do PAIGC.
Domingos Simões Pereira disputou a segunda volta das eleições presidenciais de 2019 com Sissoco Embaló e o contestou os resultados junto do Supremo, mas o atual Presidente tomou posso num hotel da capital sem esperar pela decisão judicial.
O dirigente do PAIGC afirmou Embaló ouviu "todas as análises" do seu partido.
"Se a atual situação pode pôr em causa e vai pôr em causa a própria estabilidade interna e o funcionamento das instituições, nós manifestámos a nossa preocupação até porque na nossa avaliação a Assembleia Nacional Popular será porventura a única instituição que ainda reúne condições para promover o diálogo político interno", afirmou.
O presidente do parlamento guineense, Cipriano Cassamá, anunciou hoje aos jornalistas, após um encontro com o chefe de Estado, que Umaro Sissoco Embaló quer dissolver o parlamento.
O chefe de Estado iniciou hoje auscultações com os partidos políticos com assento parlamentar, tendo marcado uma reunião do Conselho de Estado para segunda-feira.
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