"Vivemos em condições semelhantes às de uma tempestade perfeita, um momento de verdade, e essa mesma tempestade deve garantir e proteger os nossos interesses, tornar a nossa vida mais fácil, mais confortável, mais estável e mais segura", disse Peskov, citado pelas agências espanholas EFE e Europa Press.
Numa intervenção perante estudantes no âmbito de uma conferência educacional sobre "Novos Horizontes", Peskov exortou os russos a considerar como hostis os países que disse travarem uma "guerra híbrida" contra a Rússia.
"Não se limita aos conselheiros norte-americanos e britânicos, que dizem aos nacionalistas ucranianos armados [soldados] o que fazer e lhes fornecem informações. Não, é uma guerra diplomática e uma guerra política. Há tentativas de nos isolar no mundo. É uma guerra económica", disse.
Neste contexto, considerou que já não é apropriado chamar-lhes "países pouco amistosos", mas que devem ser descritos como "Estados hostis, porque estão a travar uma guerra".
"Por vezes, parece que a mera existência da Rússia irrita significativamente o Ocidente e nada os fará parar para nos permitir desenvolver-nos da forma como nos queremos desenvolver e vivermos como queremos viver", afirmou.
Peskov argumentou que se um país "não agir com firmeza e não defender corajosamente os seus interesses existenciais, perderá a sua independência, a sua soberania, e deixará de ser capaz de tomar as suas próprias decisões".
O porta-voz do Kremlin disse também que qualquer guerra termina em paz e que a voz da Rússia será ouvida, numa referência ao conflito na Ucrânia, que Moscovo designa oficialmente como uma "operação militar especial".
"Qualquer guerra termina em paz e este mundo será um mundo em que a nossa voz será ouvida, onde estaremos confortáveis, seguros e onde estaremos com confiança", afirmou.
Disse que o líder russo, Vladimir Putin, sabe para onde conduz o país e que Moscovo está confiante de que "tudo correrá bem" na Ucrânia.
"Nós venceremos, alcançaremos todos os nossos objetivos", afirmou, referindo-se à guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro.
"Iremos atingir os nossos objetivos, viverão melhor, a vossa segurança será garantida", disse aos estudantes.
Peskov acrescentou que a Rússia tem condições para ultrapassar o conflito com o Ocidente e assegurou que "é impossível isolar o país hoje".
"Temos as nossas próprias tecnologias e há espaço para a substituição de importações", referiu.
A Rússia enfrenta duras sanções económicas decretadas pelo Ocidente por ter invadido a Ucrânia.
No âmbito da guerra, a União Europeia (UE) e vários países também têm estado a fornecer armamento à Ucrânia.
Como consequência da guerra, a Suécia e a Finlândia anunciaram que vão formalizar esta semana a candidatura à adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
Trata-se de um revés para a Rússia, que apresentou como uma das justificações para invadir a Ucrânia o objetivo de travar a expansão da NATO.
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