"A missão no Mali vai continuar, mas será redimensionada, porque não precisa de mil efetivos se deixar de treinar os soldados malianos", explicou Borrell, após uma reunião dos ministros da Defesa da UE em Bruxelas.
"A Espanha, que enviou um dos maiores contingentes, não vai sair, mas vai diminuir. A Alemanha, por sua vez, vai redistribuir os seus militares para o Níger", disse ainda Borrell, que acrescentou que as partidas serão coordenadas.
O responsável da diplomacia europeia garantiu: "Não vamos sair, porque para fazer as malas é preciso uma decisão unânime e é muito difícil de obter. A questão da saída nem surgiu durante a reunião".
A União Europeia decidiu em abril interromper o treino de unidades das forças armadas e da guarda nacional maliana por causa da colaboração destas com os mercenários do grupo russo Wagner, no Mali a pedido da junta militar no poder.
A decisão dos líderes malianos de deixar o G5 Sahel e a sua força anti-extremismo islâmico "vem na sequência" da denúncia do Mali dos acordos de defesa entre Bamaco e Paris, comentou Josep Borrell.
A UE decidiu hoje congelar o fornecimento de equipamento militar financiado pelo "European Peace Facility", confirmou o chefe da diplomacia dos 27.
A UE manteve várias centenas de soldados e peritos em duas missões de formação no Mali, a EUTM para as forças armadas e a EUCAP Sahel-Mali para a polícia.
O mandato da EUCAP, aprovado em 2015, foi prorrogado até 31 de janeiro de 2023, enquanto o da EUTM, em vigor desde 2013, mantém-se em vigor até 18 de maio de 2024.
Vários países da UE também participam na missão das Nações Unidas no Mali, a Minusma.
Portugal tem atualmente dois efetivos militares empenhados na Minusma, que foi estabelecida pelo Conselho de Segurança da ONU em abril de 2013 para ajudar as autoridades de transição do Mali a estabilizar o país e garantir a segurança e proteção da população civil.
A Alemanha manteve 1.100 soldados na Minusma e outros 300 para nas missões de treino da UE.
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