Amnistia com "sérias preocupações" sobre soldados retirados de Azovstal

A organização Amnistia Internacional (AI) manifestou hoje "sérias preocupações" sobre o destino dos militares ucranianos que foram retirados do complexo siderúrgico Azovstal, na cidade ucraniana de Mariupol, após um cerco prolongado.

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Joana Haderer
17/05/2022 19:11 ‧ 17/05/2022 por Joana Haderer

Mundo

Ucrânia

"Os soldados do batalhão Azov foram desumanizados pelos meios de comunicação russos e retratados na propaganda do [Presidente russo, Vladimir] Putin como 'neo-nazis' durante a guerra agressiva da Rússia contra a Ucrânia. Esta caracterização levanta sérias preocupações sobre o seu destino como prisioneiros de guerra", disse a Amnistia, numa declaração hoje divulgada.

A AI salienta que documentou "execuções sumárias" de prisioneiros pelas milícias pró-russas no Donbass, bem como "execuções extrajudiciais" de civis ucranianos pelas forças russas nas últimas semanas.

"Os soldados do batalhão Azov que hoje se renderam não devem sofrer o mesmo destino", acrescentou a organização de defesa dos direitos humanos.

A Amnistia ressalvou que "os prisioneiros de guerra não devem ser sujeitos a qualquer forma de tortura ou maus-tratos e devem ter acesso imediato ao Comité Internacional da Cruz Vermelha".

"As autoridades competentes devem respeitar plenamente os direitos dos prisioneiros de guerra, em conformidade com as convenções de Genebra", sublinhou.

A Rússia colocou em 265 o número de soldados ucranianos retirados na segunda-feira de Azovstal, incluindo 51 gravemente feridos que, depois de "deporem as armas e se renderem", são agora "prisioneiros" de guerra, de acordo com o Ministério da Defesa.

O Kremlin assegurou hoje que vai tratar de acordo com as normas do "direito internacional" os combatentes ucranianos.

A vice-primeira-ministra e ministra da Reintegração dos Territórios Temporariamente Ocupados da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, afirmou hoje que, uma vez estabilizado o estado dos feridos, "serão trocados por prisioneiros de guerra russos".

Em contraste, o orador da Duma russa, Vyacheslav Volodin, chamou-lhes hoje "criminosos de guerra", enquanto o deputado ultranacionalista russo Leonid Slutski propôs fazer uma exceção para os nacionalistas ucranianos na moratória sobre a aplicação da pena de morte.

A Ucrânia considerou a "missão de combate" dos defensores Azovstal cumprida, mas nem todos os combatentes barricados na fábrica saíram do local.

Leia Também: Moscovo diz que 265 militares retidos no complexo Azovstal se renderam

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