Os resultados definitivos da sessão indicam que o alargado S&P500 ganhou 2,02% e o tecnológico Nasdaq 2,76%.
O desempenho bolsista de hoje é atribuído, em particular, ao interesse dos investidores pelos bons preços de alguns títulos, em particular os tecnológicos, cujo índice, o Nasdaq, sofreu sete semanas de baixa.
O regresso do gosto pelo risco foi "ajudado por notícias positivas provenientes da China", com declarações mais favoráveis das autoridades sobre os grupos tecnológicos e as suas cotações nas praças, realçaram os analistas do Wells Fargo.
Para o ambiente de otimismo também contribuiu a Zona Euro, com uma ligeira revisão em alta do seu crescimento económico no primeiro trimestre, do 0,2% previsto para o 0,3% realizado, apontaram os mesmos analistas.
Os investidores também reagiram positivamente ao número das vendas retalhistas nos EUA que, em abril, aumentaram como previsto 0,9%, sugerindo que a procura continua forte, apesar da inflação.
Mas, para Gregori Volokhine, da Meeschaert Financial Services, "a interpretação das vendas retalhistas", que só refletem uma parte do consumo nos EUA, mais virado para os serviços, "foi positiva, porque fechámos os olhos à inflação".
Este gestor de investimento salientou, pela sua parte, as afirmações dos dirigentes da Walmart, o n.º 1 na distribuição nos EUA, que detetou "uma bifurcação na sua clientela, com a de rendimentos mais escassos a orientar-se para os produtos de primeira necessidade de marca branca, para fazerem poupanças".
Volokhine acrescentou que "vê-se que os pequenos rendimentos começam verdadeiramente a sofrer com a inflação", o que não é considerado de bom augúrio para o consumo, considerou.
De resto, o próprio conglomerado da distribuição já sofreu hoje mesmo, ao desvalorizar 11,38%, depois de apresentar lucros em baixa de 25% e rever em baixa a previsão de atividades para o resto do ano.
O presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, disse hoje, durante uma conversa com o Wall Street Journal, que a instituição vai endurecer fortemente as condições monetárias, enquanto não houver provas "evidentes" de que a inflação está a enfraquecer.
Se a inflação não desacelerar rapidamente, "então devemos agir de maneira mais agressiva", afirmou.
Outro indicador que tranquilizou os investidores, o ritmo de produção industrial nos EUA acelerou em abril, em todas as categorias, mas em particular com uma forte subida da produção automóvel pelos segundo mês consecutivo.
A alta da produção total foi de 1,1% em relação ao mês de março, segundo os dados publicados hoje pela Fed.
Este resultado foi bem acima do esperado, uma vez que os analistas esperavam uma diminuição em relação aos 0,9% de março, antecipando uma subida de 0,5%.
Quase todos os setores do S&P concluíram com ganhos, desde logo o das tecnologias da informação (2,91%), materiais (2,86%) e bancos (2,69%).
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