O Japão juntou-se aos seus aliados ocidentais na imposição de duras sanções à Rússia após a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, enquanto a China se recusou a condenar a agressão russa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Yoshimasa Hayashi, disse ao seu homólogo chinês, Wang Yi, que a invasão russa era "uma clara violação da Carta das Nações Unidas e de outras leis internacionais", segundo um comunicado do seu gabinete citado pela agência francesa AFP.
Hayashi e Wan estiveram reunidos durante cerca de 70 minutos, por videoconferência, no primeiro encontro desde novembro, de acordo com a agência japonesa Kyodo.
O ministro japonês também falou com o homólogo chinês sobre a necessidade de a comunidade internacional trabalhar em conjunto para alcançar a desnuclearização da Coreia do Norte.
A referência foi feita numa altura em que crescem as preocupações na Coreia do Sul de que o regime norte-coreano esteja a preparar o lançamento de um míssil balístico intercontinental, segundo a Kyodo.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visita a Coreia do Sul e o Japão a partir do final desta semana.
Em Tóquio, Biden terá conversações com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e participará numa reunião de um grupo que inclui a Austrália e a Índia, além dos Estados Unidos e do Japão.
A aliança informal, conhecida como Quad, é vista como uma forma de exercer pressão sobre a China, que tem aumentado o seu poder económico e militar na região.
"O Japão e os Estados Unidos são aliados, enquanto a China e o Japão têm um tratado de paz e amizade", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês numa declaração, citada pela AFP.
O ministério chinês considerou que a cooperação bilateral entre Tóquio e Washington "não deve provocar confrontos entre as partes, muito menos prejudicar a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China".
"Esperamos que o Japão aprenda com a História, se concentre na paz e estabilidade regionais e aja com prudência, não agindo como um peão para os outros", acrescentou.
O Japão está preocupado com a crescente presença militar de Pequim no Pacífico e, no encontro com Wang, o chefe da diplomacia de Tóquio discutiu as ilhas disputadas entre os dois países e a situação nos mares do leste e do sul da China.
Hayashi defendeu que Pequim e Tóquio devem "dizer o que precisa de ser dito e encetar um diálogo", mas advertiu que as relações bilaterais "enfrentam várias dificuldades" e que a opinião pública no Japão "é extremamente dura para com a China".
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