"Até agora, nenhum comandante de alto escalão saiu", disse Pushilin à agência de notícias de Donetsk.
Na terça-feira, outros 694 militares ucranianos deixaram a siderúrgica, elevando para 959 o número total de soldados que "se renderam" desde a segunda-feira, de acordo com Moscovo.
Entre os retirados há 80 feridos, 51 deles em estado grave e que tiveram de ser internados no hospital de Novoazovsk, cidade controlada pela Rússia na autoproclamada República Popular de Donetsk.
Kiev espera poder trocar estes militares por prisioneiros russos, mas Moscovo ainda não se pronunciou sobre essa possibilidade. Entretanto, a Duma (Câmara Baixa russa) está hoje a tramitar com urgência uma resolução que proibiria a troca de prisioneiros com "criminosos nazis", como a Rússia descreve aos combatentes nacionalistas do regimento Azov.
Esses militares nacionalistas foram integrados desde 2014 à Guarda Nacional da Ucrânia.
Pushilin indicou hoje que um tribunal decidirá sobre o destino dos militantes ucranianos que deixaram o complexo industrial de Azovstal.
"Quanto aos criminosos de guerra, assim como aos nacionalistas, o seu destino, caso deponham as armas, deve ser decidido pelo tribunal militar", afirmou.
Segundo Pushilin, não apenas os comandantes são considerados "criminosos de guerra", mas também aqueles que cumprem as suas ordens e "carregam a ideologia nazi nas suas ações e atos, especialmente contra a população civil".
O Comité de Investigação da Rússia também disse, na terça-feira, que vai interrogar os soldados que deixaram a siderúrgica.
"Os investigadores vão interrogar os militares que estavam escondidos na fábrica de Azovstal, em Mariupol, no âmbito da investigação de casos criminais relacionados aos crimes do regime de Kiev contra civis em Donbass", disse a assessoria de imprensa do Comité, segundo a agência oficial TASS.
De acordo com este órgão, que reporta diretamente ao Presidente russo, Vladimir Putin, os investigadores "irão identificar os nacionalistas, verificar o seu envolvimento em crimes contra civis, e as informações obtidas serão comparadas com outras informações disponíveis nos casos".
A guerra na Ucrânia, que hoje entrou no 84.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas das suas casas -- cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,1 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também as Nações Unidas disseram que cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
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