Segundo indicou o gabinete de Michelle Bachelet, a visita inclui as cidades de Cantão, no sul, e de Urumqi e Kashgar, ambas na região de Xinjiang, extremo oeste do país, onde nos últimos anos foram relatadas graves violações dos Direitos Humanos contra os uigures e outros membros de minorias étnicas chinesas de origem muçulmana.
Bachelet vai encontrar-se com altos funcionários, ao nível nacional e local na China, e dará uma palestra na Universidade de Cantão.
A Alta-comissária vai dar uma conferência de imprensa no último dia da visita, esclareceu o comunicado divulgado pelo seu gabinete.
Um grupo do gabinete das Nações Unidas liderado por Bachelet chegou à China no dia 25 de abril, para preparar a visita. O grupo teve de cumprir um período de quarentena, imposto a quem chega ao país asiático oriundo do exterior.
Nos próximos meses, a ex-Presidente chilena Michelle Bachelet deverá publicar um relatório sobre a situação em Xinjiang, que ficará à consideração de Pequim, para que as autoridades chinesas se possam pronunciar.
De acordo com organizações de defesa dos Direitos Humanos, pelo menos um milhão de uigures e membros de outras minorias de origem muçulmana, estão ou foram encarcerados em campos de doutrinação em Xinjiang, e colocados sob vigilância apertada pelas autoridades.
Pequim contesta, dizendo que são centros de treino vocacional, destinados a afastá-los de movimentos terroristas e separatistas.
A organização não-governamental (ONG) de defesa dos Direitos Humanos Human Rights Watch (HRW) expressou hoje o seu receio de que o Governo chinês use a visita como um "golpe de propaganda" e alertou que a credibilidade da ex-Presidente chilena "está em jogo".
A ONG também assegurou que as autoridades chinesas possivelmente vão pressionar Bachelet para continuar a adiar a divulgação do referido relatório ou para mitigar as suas conclusões.
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