China espera que visita de Biden à Ásia não vise novos "confrontos"

O Governo chinês disse hoje esperar que a primeira viagem à Ásia do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vise a "cooperação" e evite mais "conluios em busca de confrontos".

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© Reuters

Lusa
20/05/2022 14:03 ‧ 20/05/2022 por Lusa

Mundo

EUA

Biden chegou hoje à Coreia do Sul, onde vai ficar durante três dias, antes de seguir para o Japão.

"A China espera que os factos sejam consistentes com as declarações feitas [pela Casa Branca], e que a viagem sirva a cooperação com os países da região", disse o porta-voz governamental chinês, Wang Wenbin, em conferência de imprensa.

"Esperamos que não seja uma nova conspiração para procurar o confronto ou formar círculos exclusivos que tragam caos ou distúrbios à região", acrescentou.

A viagem de Biden ocorre num período em que os Estados Unidos tentam travar a ascensão da China, bem como num momento de tensões crescentes com a Coreia do Norte.

A Casa Branca alertou que há uma "possibilidade genuína" de que a Coreia do Norte lance um míssil de longo alcance ou realize o seu primeiro teste nuclear em cinco anos durante a visita de Biden.

E avisou que tal "provocação" fará com que os Estados Unidos "ajustem a maneira como os seus militares estão posicionados na região", para defender os seus aliados.

Joe Biden também vai apresentar formalmente o Quadro Económico Indo-Pacífico, uma iniciativa de cooperação regional destinada a impulsionar o comércio e o investimento entre os Estados Unidos e a região.

A imprensa oficial chinesa criticou hoje a viagem, assegurando que tem o "ambicioso propósito de unir os aliados dos Estados Unidos para conter a China" e "lançar um acordo que só trará divisões à região".

"Os Estados Unidos têm promovido energicamente este acordo para corrigir as deficiências da sua estratégia para o Indo-Pacífico. O mecanismo QUAD, orientado para a segurança, ou o pacto AUKUS, não atendem às necessidades dos países da Ásia - Pacífico. Este acordo é mais um truque de Washington para minar a cooperação regional existente com a China", disse o académico Xu Liping, citado pelo jornal oficial do Partido Comunista Chinês Global Times.

O especialista chinês afirmou que este novo quadro económico "atende apenas os interesses dos Estados Unidos, em detrimento dos países da região" e prevê que "Washington encontrará vários obstáculos para implementá-lo".

O Quadro Económico Indo-Pacífico foi apresentado por Biden na última Cimeira da Ásia Oriental, em outubro, e procura fortalecer a cooperação económica entre os Estados Unidos e parceiros da região do Indo-Pacífico, em áreas como a proteção da cadeia de fornecimento, energia limpa ou comércio.

A iniciativa é também vista como uma tentativa de conter a China, visando afastar o país das principais cadeias de fornecimento globais.

O mecanismo QUAD, um grupo de cooperação no âmbito de segurança e da diplomacia, que inclui ainda Austrália, Índia e Japão, visa também conter as ambições regionais da China.

O pacto AUKUS é uma parceria estratégica que junta Austrália, Estados Unidos e Reino Unido.

Leia Também: Comissária da ONU para os Direitos Humanos visita China

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