A proibição do comércio de bens de luxo faz parte de um conjunto de medidas semelhantes já adotadas pelos aliados, como Estados Unidos e União Europeia, e permitirá "mitigar a possibilidade de oligarcas russos contornarem restrições noutros mercados de bens de luxo", realçou o governo canadiano em comunicado.
A medida visa quer a exportação de bens de luxo para a Rússia, bem como a importação daquele país.
E incluí, para a exportação, produtos como o álcool, tabaco e certos materiais têxtil, roupas desportivas, joias ou acessórios de luxo e obras de arte.
"Bens que possam ser usados ??na produção e fabrico de armas pela Rússia" também passam a estar proibidos por Otava.
Quanto às importações, o Canadá passa a proibir frutos do mar, peixes e diamantes não industriais.
Segundo o governo liderado por Justin Trudeau, estes produtos representaram, em 2021, um valor comercial de 76 milhões de dólares canadianos (cerca de 56 milhões de euros).
O Canadá também aplicou sanções a outras 14 pessoas, incluindo oligarcas russos, os seus familiares e pessoas próximas ao regime do Presidente russo Vladimir Putin.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, o Canadá já impôs sanções a mais de 1.000 indivíduos e entidades da Rússia, Ucrânia e Bielorrússia.
Esta sexta-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros canadiana, Mélanie Joly, destacou que está preocupada com o início de uma nova "fase da guerra", que coloca em risco a segurança alimentar no mundo.
"A Ucrânia é o celeiro que abastece o Médio Oriente. É um dos principais produtores e exportadores mundiais de cereais, que atualmente está bloqueado em portos Mar Negro, devido à invasão russa do território ucraniano", apontou.
"Cada tonelada de cereais que conseguirmos tirar da Ucrânia salvará uma vida", sublinhou, à agência France-Presse (AFP), a responsável pela diplomacia canadiana, acrescentando que o seu país está em diálogo com a Ucrânia e a Roménia para ajudar nas exportações.
A guerra na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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