O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) alertou, esta segunda-feira, que a probabilidade de propagação do vírus Monkeypox em “pessoas com múltiplos parceiros sexuais” é “elevada”.
Num documento, publicado no site do ECDC, o organismo refere que o vírus “não se propaga facilmente entre as pessoas” e explica que a “transmissão entre humanos ocorre através do contacto próximo com material infecioso de lesões cutâneas de uma pessoa infetada, através de gotículas respiratórias em contacto prolongado cara a cara, e através de fómites”.
No entanto, existe uma “predominância” de casos “entre homens que fazem sexo com homens” e a “natureza das lesões que apresentam nalguns casos, sugerem que a transmissão ocorreu durante as relações sexuais”.
Segundo o ECDC, entre os dias 15 e 23 de maio, foram comunicados 85 casos de Monkeypox em oito Estados-membros da União Europeia (UE) e, com base na avaliação epidemiológica, “a probabilidade de propagação de Monkeypox em pessoas com múltiplos parceiros sexuais na UE é considerada elevada”.
A maioria dos casos, tal como já apontou a Organização Mundial da Saúde (OMS), apresentou “sintomas de doença ligeiros”, mas o vírus “pode causar doenças graves em certos grupos populacionais”, tais como crianças, grávidas e pessoas imunossuprimidas.
“O risco global é avaliado como moderado para pessoas com múltiplos parceiros sexuais e baixo para a população em geral”, frisa o documento, que exorta os países da UE a concentrarem-se na “rápida identificação, gestão, rastreio de contactos e notificação de novos casos”.
Em caso de confirmação de infeção, os infetados “devem permanecer isolados até que as suas erupções cutâneas cicatrizem completamente” e evitar “o contacto com pessoas imunossuprimidas e animais de estimação”. É também aconselhada a “abstenção de atividade sexual e o contacto físico”.
Os contactos de risco devem “automonitorizar o desenvolvimento dos sintomas até 21 dias após a última exposição”.
Em Portugal, foram contabilizados 37 casos de infeção por Monkeypox e aguardam-se “resultados relativamente a outras amostras”.
O vírus Monkeypox foi descoberto pela primeira vez em 1958 quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colónias de macacos mantidos para investigação, refere o portal do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês).
O primeiro caso humano de infeção com o vírus Monkeypox foi registado em 1970 na República Democrática do Congo, durante um período de esforços redobrados para erradicar a varíola. Desde então, vários países da África Central e Ocidental reportaram casos.
Apesar de a doença não requerer uma terapêutica específica, a vacina contra a varíola, antivirais e a imunoglobulina vaccinia (VIG) podem ser usados como prevenção e tratamento para a Monkeypox.
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