Zelensky queixa-se da demora da UE em aprovar novas sanções à Rússia

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, queixou-se da demora da União Europeia (UE) em aprovar um novo pacote de sanções contra a Rússia, que incluiria um embargo ao petróleo, questionando-se se alguns países estariam a bloquear o plano.

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© Getty Images

Lusa
27/05/2022 12:13 ‧ 27/05/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Num vídeo gravado na noite de quinta-feira e divulgado hoje pelas agências de notícias ucranianas, Zelensky queixou-se ao afirmar que "há semanas a UE tem tentado chegar a um acordo sobre um sexto pacote de sanções contra a Rússia".

Moscovo "recebe quase mil milhões de euros" num dia dos europeus pelo fornecimento de energia, o que lhe permitiria continuar a financiar a invasão militar na Ucrânia, sublinhou o Presidente ucraniano.

A UE está a debater há semanas uma sexta ronda de sanções económicas à Rússia, que incluiria um embargo às importações de petróleo russo, uma medida que exige unanimidade para a sua aprovação, mas à qual a Hungria se opõe, alegando que prejudicaria seriamente a sua economia.

"De onde tiram tanto poder aqueles que bloqueiam o sexto pacote? Porque ainda permitem que tenham tanto poder, mesmo em procedimentos intraeuropeus?", perguntou o Presidente ucraniano, sem mencionar a Hungria, depois de agradecer aos "países amigos" que estão a impulsionar as novas sanções.

Zelensky lembrou que o que está em jogo nestas decisões de pressionar a Rússia é "literalmente" a vida dos ucranianos.

O Presidente ucraniano garantiu que "cada dia de atraso, de fragilidade, de disputas diversas ou de propostas para 'apaziguar' o agressor a custo da vítima, são novos ucranianos mortos e novas ameaças a todos" na Europa.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, descartou a inclusão do embargo ao petróleo russo no próximo pacote de sanções a Moscovo devido à dependência do seu país e por não ter uma proposta detalhada da UE que garanta financiamento para buscar uma alternativa de abastecimento.

"A catástrofe poderia ter sido interrompida se o mundo tivesse tratado a situação na Ucrânia como sua, se os homens fortes do mundo não tivessem brincado com a Rússia, se tivessem realmente pressionado para acabar com a guerra", disse Zelensky, prometendo que "a Ucrânia sempre será um Estado independente e não vai desmoronar".

"A única questão é que preço o nosso povo terá que pagar pela sua liberdade e a Rússia por esta guerra sem sentido lançada contra nós", acrescentou.

A guerra na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A ONU confirmou na quinta-feira que 3.974 civis morreram e 4.654 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.

Leia Também: Ucrânia. Zelensky acusa Rússia de "genocídio" no Donbass

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