"Todos os prisioneiros de guerra encontram-se em território da DNR", declarou à televisão russa Iuri Sirovatko, ministro da Justiça desta autoproclamada república situada no leste do país.
"Concretamente, temos 2.300 prisioneiros de guerra da [siderurgia] Azovstal", precisou, antes de acrescentar que o "regimento Azov é considerado como uma organização terrorista" e que "todos serão objeto de inquéritos criminais" na perspetiva de um processo.
"Semelhantes crimes são passíveis no nosso território da pena capital, a pena de morte", concluiu o ministro.
Os últimos defensores ucranianos de Mariupol, entrincheirados na imensa siderurgia de Azovstal, renderam-se às forças russas entre 16 e 20 de maio, após três meses de intensos combates.
As autoridades russas apresentam os combatentes de Azov, um regimento fundando por ultranacionalistas ucranianos, como "neonazis" e pretendem tratá-los como criminosos de guerra, e não como prisioneiros de guerra.
No sábado, o Presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz pediram ao Presidente russo Vladimir Putin que ordenasse a sua libertação.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,8 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou hoje que 4.074 civis morreram e 4.826 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 96.º dia, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.
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